domingo, 23 de outubro de 2011

"Oseh Shalom" (Tradução)



Aquele que estabelece a paz nos céus,
Fará a paz sobre nós e sobre todo o Israel
E todos digam Amém

Encontro com Deus

“Dessa forma, se alguém estiver unido ao Messias, é uma nova criação – a antiga já passou; vejam: o que há agora é diferente e novo! ’
(2 Co 5:17 NTJ)

            Muitos falam em ter um encontro com Deus, e outros realmente desejam tal encontro. Mas, como é que podemos ter um encontro com nosso Deus? E talvez a pergunta mais importante: o que realmente é ter um encontro com Deus?
            Um encontro com Deus é algo que transforma radicalmente nossa vida. Não existe encontro com Deus sem transformação de vidas. Este encontro não nos faz instantaneamente diferentes, mas cria em nós a necessidade de mudarmos, nos capacitando a agir como o apóstolo Sha’ul [Paulo] quando escreveu à igreja de Corinto: “Trato o meu corpo com severidade e faço dele meu escravo, para que, ao anunciar as boas-novas a outros, eu mesmo não seja desqualificado” (1 Co 9:27 NTJ).
            De acordo com o próprio apóstolo no versículo que abre esta mensagem, um encontro com Deus, ou seja, uma união ao Messias, que é nosso acesso ao Pai (Jo 14:6), gera em nós uma nova criação. ‘Ele está falando do fato de que os cristãos agora estão reconciliados com Deus. A vida antiga, sem reconciliação e cheia de pecado agora faz parte do passado. Mas eles continuam sendo seres humanos, tendo características humanas. Eles não se tornam entidades abstratas, divorciadas de seus passados. ’ (David Stern; Comentário Judaico do Novo Testamento).
            Quando existe esta transformação em nossas vidas, e esta reconciliação entre nós e nosso Pai, passamos a viver a intimidade do Senhor e esta vida de intimidade faz com que passemos a nos parecer cada vez mais com Ele. Isto ocorre em nossa vida de união ao Messias como um grande círculo: estando reconciliados com Deus, desfrutamos de Sua intimidade, que gera em nós o caráter do Senhor. Este, por sua vez, nos possibilita a desfrutar ainda mais da intimidade do Senhor. Vivendo esta intimidade passamos a desfrutar de todas as promessas e da herança que o Senhor tem a seus filhos.
            Eu tenho a certeza que o Senhor tem promessas maravilhosas para realizar em sua vida, meu irmão. E creio que você deseja viver destas promessas, assim como Abraão viveu as promessas que Deus tinha para ele, e, mesmo que ele tenha vivido a cerca de 4000 anos atrás, podemos dizer ainda tem vivido. É muito interessante ver a primeira aparição de Abraão na Bíblia:
“Viveu Tera setenta anos e gerou a Abrão, a Naor e a Harã.
São estas as gerações de Tera. Tera gerou a Abrão, a Naor e a Harã; e Harã gerou a Ló. Morreu Harã na terra de seu nascimento, em Ur dos caldeus, estando Tera, seu pai, ainda vivo. Abrão e Naor tomaram para si mulheres; a de Abrão chamava-se Sarai, a de Naor, Milca, filha de Harã, que foi pai de Milca e de Iscá. Sarai era estéril, não tinha filhos.
“Tomou Tera a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; foram até Harã, onde ficaram. E, havendo Tera vivido duzentos e cinco anos ao todo, morreu em Harã.
“Ora, disse o SENHOR a Abrão: sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. sê tu uma bênção!”
(Gênesis 11:26 a 12:2)
            Abraão, ainda chamado de Abrão, aparece no meio de uma genealogia e no versículo seguinte vemos o Senhor chamando-o. Mas o que aconteceu para que Abraão tivesse este encontro com Deus?
Conta-se no Talmude que Tera era fabricante de ídolos e, certa vez, tendo o seu pai saído, Abraão quebrou os ídolos do pai e pegou o martelo com o qual fizera a "quebradeira" e colocou esse martelo na mão de um único ídolo que deixou inteiro. O pai chegou e ficou furioso e logo acusou Abraão que se defendeu dizendo que não fora ele, mas sim o ídolo que estava com o martelo nas mãos. O pai reagiu dizendo que o ídolo não andava, nem saia do lugar, não fazia nada, como faria isso?Foi assim que o jovem conseguiu explicar ao pai que aquele ídolo não podia nem com um martelo, nem se locomover, nem os demais puderam se defender, como poderiam então as estátuas ajudá-los?
Uma lenda judaica narra a busca de Abrão pelo verdadeiro Deus. Diz a lenda que o jovem Abrão conversa com um grupo de pastores e pergunta-lhes onde encontrar ao Criador, ao que eles respondem que deus é o Sol, a Lua, a estrela mais brilhante. Abrão achou isto um absurdo, pois o Sol desaparece à noite, indicando que a Lua deveria ser mais forte que este, e a Lua desaparece durante o dia, assim como as estrelas. O Criador de tudo deveria ser mais forte.
Encontrando uma grande multidão em um templo, pergunta-lhes a mesma coisa, e eles apontam que deus são os ídolos que adoravam. Mas isto era mais uma vez inaceitável para Abrão, pois como poderia adorar aqueles feitos pelas mãos de um homem? Em outra ocasião um soldado apontou o rei como o verdadeiro Deus, mas como adorar aquele que era de carne o osso como ele?
Procurando o verdadeiro deus, Abrão encontrou-se com o Senhor. Podemos encontrá-lo quando o procuramos verdadeiramente. Muitos o têm procurado em locais errados. Deus não é encontrado no Sol, na Lua, nem nas estrelas, naquilo que podemos ver. Deus não é encontrado nos ídolos, naquilo que a multidão está seguindo. Deus não é encontrado nos reis, nos poderes e autoridades deste mundo. Se a sua confiança tem sido nestes elementos, então você nunca encontrará o verdadeiro Deus.
O Senhor é encontrado por um coração quebrantado. Um coração que mesmo que não possa ver nem sentir acredita. Isto é fé, nossa confiança. Fé é razão, é certeza, e não uma emoção. “A confiança é a certeza do que esperamos, convencidos das coisas que não vemos (Hb 11:1 NTJ).
A confiança em Deus é fundamental para nosso encontro com Ele, como diz Habacuque: o justo viverá pela fé (Hc 2:4). E está vida de confiança nos permite caminharmos com o Senhor. Neste caminhar, muitas vezes as pessoas não nos entenderão. Mas não estaremos sós, o Senhor estará conosco, e, com o Senhor dos Exércitos do nosso lado, a quem temeremos.
“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra.”
(Sl 121: 1 e 2)
“Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do SENHOR; a tudo quanto quer o inclina.”
(Pv 21:1)