“Então ele [Shlomoh]
se pôs diante do altar de ADONAI na presença de toda a congregação de Yisra’el,
estendeu as mãos [...]. Quando Shlomoh [Salomão] acabou de orar, desceu fogo do
céu e consumiu a oferta queimada e os sacrifícios, e a glória de ADONAI encheu
a casa, de forma que os kohanim
[sacerdotes] não podiam entrar na casa de ADONAI; porque a glória de ADONAI
encheu a casa de ADONAI. Todo o povo de Yisra’el viu quando o fogo desceu e a
glória de ADONAI estava sobre a casa; eles se prostraram com o rosto em terra,
no solo; e, prostrando-se, deram graças a ADONAI, “porque ele é bom, porque sua
misericórdia dura para sempre”.”.
(Divrei-Hayamim Bet [2 Crônicas] 6.12
e 7.1-3 BJC [Bíblia Judaica Completa])
Os
versículos acima narram alguns fatos a respeito da consagração do primeiro
templo de Israel. Sabemos que o rei David desejou esta construção, mas o Senhor
não o permitiu realizar a obra, antes a confiou a Shlomoh, o herdeiro do trono.
Um fato que nos chama muito atenção nesta consagração é que a presença do
Senhor se manifestou naquele dia de uma forma tão especial que nem mesmo os
sacerdotes, separados para servir a Deus, não puderam realizar seu chamado. A
presença do Senhor foi tão intensa sobre o Templo recém-construído que todo o
povo viu o fogo descer dos céus sobre a oferta e a glória do Senhor sobre a
casa.
O
que gostaria de analisar nesta situação foi a razão da presença de Deus ter
sido atraída sobre o Templo naquele dia. Alguns podem sugerir que a razão de
tremenda manifestação foi o Templo. Mas estas pessoas estão totalmente
equivocadas por não se atentarem a voz do Senhor dizendo: “O céu é meu trono
[...] e a terra, o estrado dos meus pés. Que tipo de casa vocês construiriam
para mim? Que tipo de lugar fariam para meu descanso?” (Yesha’yahu [Isaías]
66.1 BJC). Este texto deixa bem claro que nosso Deus não precisa de um templo,
deste modo somente a sua construção não seria o suficiente para a manifestação
de tamanha glória.
Podemos
alegar também que a razão da presença do Senhor foi devido aos sacrifícios
dedicados ao Senhor naquele dia. Mas ao declararmos isto estaríamos nos
esquecendo do que diz David: “A terra é de ADONAI, com tudo o que há nela, o
mundo e os que ali vivem; pois ele estabeleceu suas fundações sobre o mar e
firmou-a sobre os rios.” (Tehillim [Salmos] 24.1 e 2 BJC). Se tudo já pertence
ao Senhor, qualquer tipo de sacrifício que oferecemos é apenas uma devolução
daquilo que já é dele. Isto não indica que não precisamos ofertar ao Senhor,
antes dá um sentido verdadeiro a nossa oferta. Preciso entregar ao Senhor com
um coração grato por tudo aquilo que Ele já tem me entregue. Não dá para
comprar a Deus com minha oferta.
O
que existiu naquele dia que agradou ao coração do Pai foi a união de todo o
povo na presença de Deus. Eles buscaram ao Senhor como apenas um povo. Não existiam
tribos, nem clãs ou famílias. Não havia disputas ou discórdias. Tudo o que
exista era o povo de Israel, a união de todos aqueles que têm uma aliança com
Deus, unidos no nome do Senhor.
O
que Deus tem procurado é encontrar seu povo unido, buscando sua presença. A
falta desta busca em unidade é que tem ocasionado à ausência da manifestação da
presença de Deus. Nos últimos tempos a individualidade tem tomado conta de
nossos cultos. Quando nos reunimos na presença do Senhor temos pensado em
nossos problemas e dificuldades. O chamado a união na presença do Senhor de
todo o povo de Deus é mais atual do que nunca.
Para
que haja uma verdadeira união entre o povo de Deus precisamos de alguns
elementos.
O
primeiro elemento é o amor. Sem amor não existe unidade. Sem amor não existe a
presença de Deus. Só seremos capazes de termos comunhão com o Pai quando
passarmos a amar a nossos irmãos. “Amigos amados, amemos uns aos outros, porque
o amor procede de Deus. Todo aquele que ama tem Deus por Pai e conhece a Deus.
Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Se alguém afirmar: “Eu amo
a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem
vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Sim, este é o mandamento que temos da
parte dele: quem ama a Deus ame também a seu irmão.” (1 Yochanan [1 João]
4.7,8,20,21 BJC).
A
Bíblia nos ensina em Gn 1.26 que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus.
Isto significa que quando o Senhor nos criou, Ele fez pessoas iguais a Ele que
fossem seus representantes sobre a Terra. Nosso irmão é um representante de
Deus, e este conhecimento precisa gerar em mim um comportamento de amor a todos
aqueles a quem o Senhor colocou ao meu redor.
O
segundo elemento que precisa existir dentro de nós é o compromisso. Segundo a
orientação de Sha’ul [Paulo] “[...] se o alimento for uma armadilha para meu
irmão, nunca mais comerei carne; de outro modo, farei meu irmão pecar.” (1
Coríntios 8.13 BJC). E ainda “Ninguém deve procurar os interesses próprios, mas
os de seus companheiros.” (1 Coríntios 10.24 BJC). O compromisso é o amor
colocado em prática. Para vivermos em unidade precisamos nos preocupar com
nossos irmãos, pensar em sua consciência. Devemos buscar o bem daqueles que o
Senhor colocou junto a nós.
Isto
é feito através do aconselhamento. Porque não dividir com eles aquilo que Deus
tem nos ensinado? Porque não testemunhar o que o Pai tem realizado em nós?
Porque não usar os dons que o Senhor nos entregou para o bem de nosso próximo?
“Que a atitude de
vocês para com os outros seja governada pela união ao Messias Yeshua: Apesar de
ele viver na forma de Deus, não considerou a igualdade com Deus algo a ser
mantido pela força. Ao contrário, esvaziou a si mesmo, ao assumir a forma de um
escravo, tornando-se como os seres humanos são. E, quando ele surgiu como um
ser humano, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte – morte
na estaca como um criminoso!”
(Filipenses 2.5 – 8 BJC)
Precisamos
ter o mesmo sentimento, a mesma atitude que teve Yeshua [Jesus]. Precisamos até
mesmo desviar de nossos caminhos pelos nossos irmãos, servirmos a eles,
tomarmos a postura de auxiliares em seus ministérios. Devemos orar pela vida
deles, sermos seus intercessores. Quantas vezes você já fez isto por algum
irmão?
O
terceiro elemento necessário para a unidade é a disposição. Vivemos no “mundo
do sem tempo”. Não temos tempo para orar, não temos tempo para ler a Bíblia.
Não temos tempo para estar com nossos filhos e esposa. Temos menos tempo ainda
para estarmos com nossos irmãos. Mas não é isto que a Bíblia nos ensina.
Shlomoh declarou que “há tempo para tudo, o momento certo para toda intenção
debaixo do céu” (Kohelet [Eclesiastes] 3.1 BJC). Desde que coloquemos em cada
coisa a prioridade bíblica, teremos tempo para tudo.
Você
já pensou se Deus estivesse sem tempo para você? A prioridade de Deus é nossa
vida! Porque a nossa não pode ser o Senhor? E quando Deus for nossa prioridade,
encararemos a necessidade de nosso irmão como nossas necessidades. Teremos
tempo e disposição de ajudar, mesmo que seja apenas com nossa presença em seu
dia.
Precisamos
aprender a viver em unidade. Sem ela não conseguiremos atrair a atenção de Deus
sobre nós.
“Portanto, vocês não
são mais estrangeiros nem forasteiros. Ao contrário, são concidadãos do povo de
Deus e membros da família divina. Vocês têm edificado sobre o fundamento dos
emissários e dos profetas, do qual a pedra principal é Yeshua, o próprio
Messias. Em união com ele, toda a construção é sustentada e este crescendo pra
se transformar em um templo santo em união com o Senhor. Sim, em união com ele,
vocês têm sido edificados em conjunto para se tornarem um local de habitação
espiritual para Deus!”
(Efésios 2.19 – 22)
Sozinhos
somos apenas pedras (1 Pe 2.5). Mas juntos formamos o templo do Senhor. Este é
o segredo da manifestação da presença de Deus no Templo de Shlomoh. Quando nos
unimos, em nome do Senhor, passamos juntos a ser morada de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário