“O
amor do Messias nos une; estamos convictos de que um homem morreu a favor de
toda humanidade (a implicação é que toda a humanidade já estava morta), e que
ele morreu a favor de todos, para que quem vive não o fizesse mais para si
mesmo, mas para aquele que morreu e ressuscitou a seu favor. Portanto, a partir
de agora, não avaliamos ninguém mais segundo os conceitos do mundo. Mesmo que
tenhamos considerado o Messias de acordo com os padrões mundanos, não o fazemos
mais. Dessa forma, se alguém estiver unido ao Messias, é uma nova criação – a
antiga já passou, vejam: o que há agora é diferente e novo! E tudo procede de
Deus, que, por meio do Messias nos reconciliou consigo e nos outorgou a obra da
reconciliação – Deus, no Messias, estava reconciliando a humanidade consigo,
sem lhe imputar os pecados, e nos confiando a mensagem da reconciliação.
Portanto, somos embaixadores do Messias; de fato, Deus chama à reconciliação
por nosso intermédio. Nossa tarefa é dizer por ordem do Messias:
‘Reconciliem-se com Deus! ’. Deus fez desse homem sem pecado a oferta pelo
pecado – a nosso favor –, para que unidos a ele possamos participar de forma
plena da justiça de Deus.”
(2 Coríntios 5.14 –
21 BJC [Bíblia Judaica Completa])
Tanto Yeshua [Jesus] quanto Sha’ul [Paulo] enfatizam em
suas mensagens a nova vida que precisamos ter no Senhor, uma vida para aquele
que morreu e ressuscitou em nosso favor. Nosso Deus não é um gênio da lâmpada
mágica para que nosso relacionamento com Ele se baseie nos pedidos que fazemos.
Muitas vezes nossa vida com Deus tem se resumido ao suprimento de todas as
nossas necessidades, e olha que quando falamos em necessidades conseguimos
criar muitas.
Deixamos de apenas nos preocupar com o que comer e
vestir, e passamos a desejar carros, casas, empregos, dinheiro, viagens, e a
lista vai aumentando cada vez mais. Não é errado desejar tudo isto, mas o
problema começa quando estes desejos ocupam toda nossa mente e energia,
incluindo o tempo que deveríamos ter com o Senhor.
Nosso encontro com o Senhor deve produzir em nós uma nova
vida. “Preste atenção: a não ser que alguém nasça do alto, não é possível ver
aquilo que estou apresentando – o Reino de Deus.” (João 3.3 Bíblia A Mensagem)
disse Yeshua a Nicodemos. Este novo nascimento nos faz seres espirituais, ou
seja, pessoas ligadas com aquilo que é de Deus. Sha’ul disse isto no texto que
abri a mensagem. Em outra tradução do mesmo texto encontramos: “Agora olhamos
para dentro, e o que vemos é que qualquer um, unido ao Messias, tem a chance de
um novo começo e é criado de novo. A velha vida se foi. Uma nova vida floresce!
É demais! Tudo vem de Deus, que nos quer em relacionamento com ele e nos chamou
para viver relacionamentos com nossos semelhantes.” (2 Coríntios 5.17 e 18
Bíblia A Mensagem).
O encontro que tivemos com o Senhor precisa produzir em
nós novidade de vida. Se não somos pessoas diferentes, então não tivemos um
encontro com Deus. E para que esta diferença possa começar a ser gerada em nós,
precisamos nos desapegar das coisas passadas. Seguindo o conselho de Sha’ul aos
filipenses, “esquecendo-me do que ficou para trás de mim e me esforçando para
obter o que está à minha frente, continuo à procura do objetivo para ganhar o
prêmio oferecido pelo chamado celestial de Deus no Messias Yeshua.” (Filipenses
3.13 e 14 BJC).
Este conselho é interessante, pois demonstra que o
desapego ao passado e a busca pelo novo de Deus é um esforço constante que
precisa existir em cada um. Nossa tendência é permanecer da maneira que
estamos, numa posição de inércia. Muitas vezes chegamos a declarar que se Deus
desejar que sejamos diferentes, Ele deve nos mudar. Mas a mudança começa com
nossa decisão de mudar, e quando trazemos sobre nós mesmos esta
responsabilidade.
Ao longo de nossa vida acumulamos muito lixo emocional dentro
de nós mesmos, e nos apegamos a este lixo ao ponto de não desejarmos nos livrar
deles. Criamos mágoas, feridas, velhos hábitos como se fossem animais de
estimação. Alimentamos para que continuem vivos em nosso interior e dói quando
levantamos a hipótese de nos livrar deles, afinal são parte da família.
Mas o que a Bíblia nos ensina é nos desapegarmos deste
lixo interior e permitir que o Senhor realize uma limpeza dentro de nós. Esta
limpeza precisa começar com nossos velhos hábitos.
Crescemos
em uma sociedade corrompida, pois a humanidade está muito longe daquela criada
pelo Senhor. Durante nosso crescimento adotamos muitos dos comportamentos desta
sociedade. Para uns é o linguajar vulgar, para outros a forma de tocar os
negócios. Nosso relacionamento familiar, nossos passatempos, nossa alimentação,
tudo foi influenciado pela sociedade onde crescemos e precisamos estar
dispostos a abrir mão de qualquer um destes costumes para experimentar a
novidade do Senhor.
Isto significa dizer que nos abriremos para o que
realmente que Deus deseja de nós. Muitas vezes chegamos à Palavra com tantos
pré-conceitos daquilo que desejamos continuar vivendo, que não aceitamos a
vontade do Senhor para nossas vidas. Precisamos nos libertar dos costumes de
nossa velha natureza. Como diz Sha’ul: “Todos conhecem o tipo de vida de uma
pessoa que quer fazer o que bem entende: sexo barato e frequente, mas sem
nenhum amor; vida emocional e mental detonada; busca frenética por felicidade,
sem satisfação; deuses que não passam de peças decorativas; religião de
espetáculos; solidão paranoica; competição selvagem; consumismo insaciável;
temperamento descontrolado; incapacidade de amar e de ser amado; lares e vidas
divididos; coração egoísta e insatisfação constante; costume de desprezar o
próximo, vendo todos como rivais; vícios incontroláveis; tristes paródias de
vida em comunidade. E, se eu fosse continuar, a lista seria enorme. Essa não é
a primeira vez que venho advertir vocês: se usarem a liberdade desse modo, não
herdarão o Reino de Deus.” (Gálatas 5.19-21 Bíblia A Mensagem).
Após abrir mão de nossos velhos hábitos, nossa velha
natureza, precisamos abrir mão das feridas que foram causadas em nós e das
mágoas que carregamos. Somos especialistas em cultivar feridas. Uma pessoa nos
marcou há décadas atrás e decidimos não esquecer. Realmente esta é uma decisão,
não queremos esquecer o que foi nos causado.
Certa vez ouvi uma mulher comentar que escrevia em um
caderno aquilo que causaram a ela para que não se esquecesse de nada. Isto é
uma atitude diabólica. Precisamos abrir mão de toda esta carga que carregamos,
e, para isto precisamos declarar perdão.
O perdão não é um sentimento, caso contrário a Bíblia não
iria nos ordenar a perdoar. Perdão é uma decisão, eu decido perdoar e me
esforço neste sentido. Perdoar não é esquecer, mas liberar a pessoa desta
dívida, e trata-la do mesmo modo que anteriormente.
Yeshua nos ensina que somente seremos perdoados pelo
Senhor, se nós perdoarmos aqueles que nos ofenderam (Mt 6.14 e 15). Assim, o
perdão é algo sério. Faz parte do perdão “não avaliar ninguém mais de acordo
com os conceitos deste mundo”. O conceito deste mundo é: ele me feriu, me
traiu, me decepcionou, deste modo não merece mais minha amizade, confiança e
amor. O conceito divino é somos todos pecadores e imerecedores de qualquer
coisa, mas Deus pelo Seu infinito amor nos reconciliou consigo mesmo e com
nossos irmãos através do Messias. O mesmo perdão que eu recebi de Deus concedo
ao meu irmão.
Deus está pronto para nos tornar novas criaturas, mas
precisamos desejar este renovo. Desejar com pensamentos, sentimentos e ação.
Que possamos nos desprender de nosso passado em todos os aspectos e avançar
para o maravilhoso futuro que o Senhor tem para cada um de nós.
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