sábado, 28 de setembro de 2013

Libertando-se das coisas do passado

“O amor do Messias nos une; estamos convictos de que um homem morreu a favor de toda humanidade (a implicação é que toda a humanidade já estava morta), e que ele morreu a favor de todos, para que quem vive não o fizesse mais para si mesmo, mas para aquele que morreu e ressuscitou a seu favor. Portanto, a partir de agora, não avaliamos ninguém mais segundo os conceitos do mundo. Mesmo que tenhamos considerado o Messias de acordo com os padrões mundanos, não o fazemos mais. Dessa forma, se alguém estiver unido ao Messias, é uma nova criação – a antiga já passou, vejam: o que há agora é diferente e novo! E tudo procede de Deus, que, por meio do Messias nos reconciliou consigo e nos outorgou a obra da reconciliação – Deus, no Messias, estava reconciliando a humanidade consigo, sem lhe imputar os pecados, e nos confiando a mensagem da reconciliação. Portanto, somos embaixadores do Messias; de fato, Deus chama à reconciliação por nosso intermédio. Nossa tarefa é dizer por ordem do Messias: ‘Reconciliem-se com Deus! ’. Deus fez desse homem sem pecado a oferta pelo pecado – a nosso favor –, para que unidos a ele possamos participar de forma plena da justiça de Deus.”
(2 Coríntios 5.14 – 21 BJC [Bíblia Judaica Completa])

            Tanto Yeshua [Jesus] quanto Sha’ul [Paulo] enfatizam em suas mensagens a nova vida que precisamos ter no Senhor, uma vida para aquele que morreu e ressuscitou em nosso favor. Nosso Deus não é um gênio da lâmpada mágica para que nosso relacionamento com Ele se baseie nos pedidos que fazemos. Muitas vezes nossa vida com Deus tem se resumido ao suprimento de todas as nossas necessidades, e olha que quando falamos em necessidades conseguimos criar muitas.
            Deixamos de apenas nos preocupar com o que comer e vestir, e passamos a desejar carros, casas, empregos, dinheiro, viagens, e a lista vai aumentando cada vez mais. Não é errado desejar tudo isto, mas o problema começa quando estes desejos ocupam toda nossa mente e energia, incluindo o tempo que deveríamos ter com o Senhor.
            Nosso encontro com o Senhor deve produzir em nós uma nova vida. “Preste atenção: a não ser que alguém nasça do alto, não é possível ver aquilo que estou apresentando – o Reino de Deus.” (João 3.3 Bíblia A Mensagem) disse Yeshua a Nicodemos. Este novo nascimento nos faz seres espirituais, ou seja, pessoas ligadas com aquilo que é de Deus. Sha’ul disse isto no texto que abri a mensagem. Em outra tradução do mesmo texto encontramos: “Agora olhamos para dentro, e o que vemos é que qualquer um, unido ao Messias, tem a chance de um novo começo e é criado de novo. A velha vida se foi. Uma nova vida floresce! É demais! Tudo vem de Deus, que nos quer em relacionamento com ele e nos chamou para viver relacionamentos com nossos semelhantes.” (2 Coríntios 5.17 e 18 Bíblia A Mensagem).
            O encontro que tivemos com o Senhor precisa produzir em nós novidade de vida. Se não somos pessoas diferentes, então não tivemos um encontro com Deus. E para que esta diferença possa começar a ser gerada em nós, precisamos nos desapegar das coisas passadas. Seguindo o conselho de Sha’ul aos filipenses, “esquecendo-me do que ficou para trás de mim e me esforçando para obter o que está à minha frente, continuo à procura do objetivo para ganhar o prêmio oferecido pelo chamado celestial de Deus no Messias Yeshua.” (Filipenses 3.13 e 14 BJC).
            Este conselho é interessante, pois demonstra que o desapego ao passado e a busca pelo novo de Deus é um esforço constante que precisa existir em cada um. Nossa tendência é permanecer da maneira que estamos, numa posição de inércia. Muitas vezes chegamos a declarar que se Deus desejar que sejamos diferentes, Ele deve nos mudar. Mas a mudança começa com nossa decisão de mudar, e quando trazemos sobre nós mesmos esta responsabilidade.
            Ao longo de nossa vida acumulamos muito lixo emocional dentro de nós mesmos, e nos apegamos a este lixo ao ponto de não desejarmos nos livrar deles. Criamos mágoas, feridas, velhos hábitos como se fossem animais de estimação. Alimentamos para que continuem vivos em nosso interior e dói quando levantamos a hipótese de nos livrar deles, afinal são parte da família.
            Mas o que a Bíblia nos ensina é nos desapegarmos deste lixo interior e permitir que o Senhor realize uma limpeza dentro de nós. Esta limpeza precisa começar com nossos velhos hábitos.
Crescemos em uma sociedade corrompida, pois a humanidade está muito longe daquela criada pelo Senhor. Durante nosso crescimento adotamos muitos dos comportamentos desta sociedade. Para uns é o linguajar vulgar, para outros a forma de tocar os negócios. Nosso relacionamento familiar, nossos passatempos, nossa alimentação, tudo foi influenciado pela sociedade onde crescemos e precisamos estar dispostos a abrir mão de qualquer um destes costumes para experimentar a novidade do Senhor.
            Isto significa dizer que nos abriremos para o que realmente que Deus deseja de nós. Muitas vezes chegamos à Palavra com tantos pré-conceitos daquilo que desejamos continuar vivendo, que não aceitamos a vontade do Senhor para nossas vidas. Precisamos nos libertar dos costumes de nossa velha natureza. Como diz Sha’ul: “Todos conhecem o tipo de vida de uma pessoa que quer fazer o que bem entende: sexo barato e frequente, mas sem nenhum amor; vida emocional e mental detonada; busca frenética por felicidade, sem satisfação; deuses que não passam de peças decorativas; religião de espetáculos; solidão paranoica; competição selvagem; consumismo insaciável; temperamento descontrolado; incapacidade de amar e de ser amado; lares e vidas divididos; coração egoísta e insatisfação constante; costume de desprezar o próximo, vendo todos como rivais; vícios incontroláveis; tristes paródias de vida em comunidade. E, se eu fosse continuar, a lista seria enorme. Essa não é a primeira vez que venho advertir vocês: se usarem a liberdade desse modo, não herdarão o Reino de Deus.” (Gálatas 5.19-21 Bíblia A Mensagem).
            Após abrir mão de nossos velhos hábitos, nossa velha natureza, precisamos abrir mão das feridas que foram causadas em nós e das mágoas que carregamos. Somos especialistas em cultivar feridas. Uma pessoa nos marcou há décadas atrás e decidimos não esquecer. Realmente esta é uma decisão, não queremos esquecer o que foi nos causado.
            Certa vez ouvi uma mulher comentar que escrevia em um caderno aquilo que causaram a ela para que não se esquecesse de nada. Isto é uma atitude diabólica. Precisamos abrir mão de toda esta carga que carregamos, e, para isto precisamos declarar perdão.
            O perdão não é um sentimento, caso contrário a Bíblia não iria nos ordenar a perdoar. Perdão é uma decisão, eu decido perdoar e me esforço neste sentido. Perdoar não é esquecer, mas liberar a pessoa desta dívida, e trata-la do mesmo modo que anteriormente.
            Yeshua nos ensina que somente seremos perdoados pelo Senhor, se nós perdoarmos aqueles que nos ofenderam (Mt 6.14 e 15). Assim, o perdão é algo sério. Faz parte do perdão “não avaliar ninguém mais de acordo com os conceitos deste mundo”. O conceito deste mundo é: ele me feriu, me traiu, me decepcionou, deste modo não merece mais minha amizade, confiança e amor. O conceito divino é somos todos pecadores e imerecedores de qualquer coisa, mas Deus pelo Seu infinito amor nos reconciliou consigo mesmo e com nossos irmãos através do Messias. O mesmo perdão que eu recebi de Deus concedo ao meu irmão.

            Deus está pronto para nos tornar novas criaturas, mas precisamos desejar este renovo. Desejar com pensamentos, sentimentos e ação. Que possamos nos desprender de nosso passado em todos os aspectos e avançar para o maravilhoso futuro que o Senhor tem para cada um de nós.

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