“ADONAI disse a
Mosheh [Moisés]: ‘Faça uma bacia de bronze, com a base de bronze, para lavagem.
Coloque-a entre a tenda do encontro e o altar, e ponha água nela. Aharon [Arão]
e seus filhos lavarão as mãos e pés ali, quando entrarem na tenda do encontro –
eles devem lavar-se com água para não morrerem. Também, quando se aproximarem
do altar para ministrar pelo fogo uma oferta a ADONAI, eles devem lavar as mãos
e pés, para não morrerem. Esta deve ser uma lei perpétua para eles em todas as
gerações’.”
(Sh’mot [Êxodo] 30.17 – 21 BJC [Bíblia
Judaica Completa])
“Fez a bacia de
bronze e a base de bronze com os espelhos das mulheres que serviam à entrada da
tenda do encontro.”
(Sh’mot 38.8 BJC)
Nestes
dois trechos lemos a respeito da Bacia de Bronze, um dos objetos que estavam no
Tabernáculo construído pelo povo de Deus no deserto, após a libertação do
cativeiro egípcio. No primeiro deles lemos a ordem do Senhor a Mosheh [Moisés] a
respeito da construção da mesma e no segundo lemos a construção propriamente
dita. Assim como o próprio tabernáculo e todos os outros utensílios, a bacia de
bronze era uma cópia, ou sombra, de uma bacia existente nos céus (Hb 8.4 – 6). Isto
não quer dizer que teremos necessariamente nos céus um tabernáculo com uma
bacia de bronze e todos os demais utensílios, mas que a construção desta bacia
de bronze tipificava uma verdade celestial que nosso Deus desejava implementar
em meio ao seu povo e a todos nós.
A
bacia de bronze era um lugar de purificação, onde os sacerdotes se lavavam
antes de entrarem na tenda e chegarem diante de Deus. A ordem do Senhor foi bem
clara que eles deviam se lavar antes de entrar na tenda do encontro e quando se
aproximarem do altar de holocausto para ministrar uma oferta ao Senhor.
A
Tenda do Encontro representa o encontro do homem com seu Deus, e o altar de
holocausto nossa consagração ao Senhor. Deste modo para que possamos entrar na
presença de Deus, precisamos nos purificar de todo o pecado e antes de
apresentar qualquer tipo de oferta ao Senhor, precisamos olhar para nós mesmos
e com humildade orarmos: “Examina-me, Deus, e conhece meu coração; testa-me, e
conhece meus pensamentos. Vê se há em mim algum caminho danoso e guia-me pelo
caminho eterno.” (Tehillim [Salmos] 139.23 e 24 BJC). Yeshua [Jesus] nos
ensinou que “se você apresentar uma oferta no altar do templo e ali se lembrar
de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta junto ao altar e faça
as pazes com seu irmão. Então, volte e apresente sua oferta.” (Mattityahu
[Mateus] 5.23 e 24 BJC). Se precisamos nos portar assim em relação ao nosso
irmão, quanto mais em relação ao Criador de todas as coisas.
Sh’mot
[Êxodo] 29 nos ensina que quando os sacerdotes eram consagrados se banhavam com
água. Depois disto quando iam ministrar ao Senhor lavavam suas mãos e pés. Isto
nos leva a um raciocínio bastante interessante: cada um de nós que aceitamos o
sacrifício de Yeshua em nosso lugar já foi declarado por ele como santo. Sha’ul
[Paulo] escrevendo aos Coríntios diz que: “A comunidade messiânica de Deus
[...] que consiste nos que foram separados por Yeshua, o Messias” (1 Coríntios
1.2 BJC), ou seja, cada um de nós já fomos feitos santos por Yeshua. Não
importa o que as pessoas dizem a seu respeito, se você já entregou sua vida a
Yeshua, você é santo.
Mas
o mesmo Sha’ul desenvolve este raciocínio dizendo: “Desse modo, considero uma
regra, um tipo de “Torah” perversa,
que, apesar de eu desejar fazer o que é bom, o mal está bem ali comigo! Porque,
no eu interior, concordo totalmente com a Torah
[Pentateuco, ensino, Lei] de Deus, mas nos meus membros, vejo uma “Torah” diferente, que batalha contra a
Torah da minha mente, tornando-me prisioneiro da “Torah” do pecado que opera em meus membros. Que criatura miserável
eu sou! Quem me salvará deste corpo sujeito à morte? Graças a Deus, ele o fará!
Por intermédio de Yeshua, o Messias, nosso Senhor! Em resumo: com minha mente,
sou escravo da Torah de Deus; mas em
relação à minha velha natureza, sou escravo da “Torah” do pecado.” (Romanos 7.21 – 25 BJC).
Podemos
concluir através destes textos que mesmo tendo sidos santificados por Yeshua,
nosso viver ainda não é totalmente santo. Assim, ao longo de nossa caminhada
devemos lutar para que nosso caráter seja moldado de acordo com o padrão de
Deus. É uma luta constante, que consome muita energia, mas uma batalha que deve
pertencer ao nosso dia a dia, como mais uma vez Sha’ul diz: “Portanto, queridos
amigos, por termos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que pode
contaminar o corpo ou o espírito e esforcemo-nos para nos tornarmos
completamente santos, por reverência a Deus.” (2 Coríntios 7,1 BJC). Esta busca
pela santificação pode ser ilustrada com o aproximar-se da bacia de bronze, o
local de purificação, de santificação.
É
interessante observamos que esta bacia é feita de puro bronze. O bronze na
Bíblia lembra a purificação, símbolo da justiça, pedindo o julgamento do pecado
ou o julgamento da impureza. Como nossa purificação foi feita por Yeshua, a
Bacia de Bronze representa o próprio Yeshua, e a santificação é o processo que
o Messias opera em nós quando nos chegamos até Ele.
Nesta
Bacia deveriam ser lavadas as mãos e os pés. Nossos pés representam nosso
caminhar, onde temos andado. Lavar nossos pés representa a purificação de
nossos caminhos, nos ensina que Yeshua deseja moldar nosso caminhar. Precisamos
aprender a andar como Ele andou.
Nossas
mãos representa aquilo que fazemos, nosso serviço. Lavar nossas mãos representa
a purificação de nossas ações, nos ensina que Yeshua deseja moldar o nosso
agir. Precisamos aprender a agir como Ele agiria em nosso lugar.
Outro
ponto importante a observarmos é que a bacia de bronze foi feita com os
espelhos das mulheres que serviam à entrada a tenda do encontro. O bronze era
polido e passava a refletir como um espelho. Isto me lembra das palavras de Ya’akov
[Tiago]: “Quem ouve a Palavra, mas não faz o que ela diz, é como uma pessoa que
olha sua face em um espelho, observa-se nele, vai embora e imediatamente
esquece da sua aparência.” (Ya’akov [Tiago] 1.23 e 24 BJC). A Bacia representa
Yeshua, que é a própria Palavra de Deus. Quando lemos ou ouvimos a Palavra de
Deus precisamos enxergar nossas vidas refletidas através dela. Quando nos
olhamos em um espelho, uma das primeiras coisas que observamos é aquilo que
está errado em nossa aparência. O mesmo devo ocorrer quando lemos a Bíblia,
precisamos observar o que está errado em nosso agir. E isto não é para nos
humilhar, mas para nos corrigir.
Ultimo
ponto interessante é que dentro da Bacia de Bronze existia água para fazer a
purificação. Sabemos que “o Messias amou a comunidade messiânica e, de fato,
entregou-se a favor dela, a fim de separá-la para Deus, como que purificando-a
mediante a imersão na mikveh
[banheira ou piscina com um influxo de água, usado no judaísmo ortodoxo até o
dia de hoje para rituais de purificação]” (Efésios 5.25 e 26 BJC). A água como
agente purificador representa a Palavra de Deus. O próprio Deus nos santifica através
de Sua Palavra.
Através
da Bíblia, Deus não apenas aponta nossos erros, mas quando nos arrependemos
deles e nos esforçamos para sermos diferentes, nosso Pai celestial usa da
Bíblia para nos purificar. Ele age em nós, nos moldando de acordo com a Sua
vontade (Jr 18.1 – 6).
“Considerem que a
palavra de Deus é viva! Ela está atuante e é mais afiada que qualquer espada de
dois gumes – corta até o ponto de junção da alma com o espírito, juntas e
medulas, e julga as reflexões internas e intensões do coração.”
(Judeus messiânicos [Hebreus] 4.12
BJC)
Através
de Sua Palavra, quando nós nos entregamos totalmente diante do Senhor, Ele nos
revela quais são nossas reais intensões. Ele nos limpa do pecado, mesmo quando
este ainda está em nossa mente. E tudo isto através de Yeshua, a Palavra de
Deus, a Água (Jo 7.37), a Bacia de Bronze. Tudo o que nós precisamos fazer é aproximarmo-nos
dele com o coração sincero e arrependido, e verdadeiramente nos banharmos nesta
água.
2 comentários:
QUE BENÇÃO MEU IRMÃO ,ESSE ESTUDO ME ACRESCENTOU MUITAS COISAS.OBRIGADO.
Muito bom!!!
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