terça-feira, 7 de setembro de 2010

Festa dos Shofars (Festa das Trombetas)

“Disse mais o SENHOR a Moisés: ‘Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao SENHOR. ’”.
Levítico 23:23 ao 25

“No primeiro dia do sétimo mês, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; ser-vos-á dia do sonido de trombetas. Então, por holocausto, de aroma agradável ao SENHOR, oferecereis um novilho, um carneiro e sete cordeiros de um ano, sem defeito; e, pela sua oferta de manjares de flor de farinha, amassada com azeite, três décimas de um efa para o novilho, duas décimas para o carneiro e uma décima para cada um dos sete cordeiros; e um bode, para oferta pelo pecado, para fazer expiação por vós, além do holocausto do mês e a sua oferta de manjares, do holocausto contínuo e a sua oferta de manjares, com as suas libações, segundo o seu estatuto, em aroma agradável, oferta queimada ao SENHOR.”
Números 29:1 ao 6

Na noite do dia 08 de setembro de 2010 inicia-se a festa judaica de Rosh-HaShanah (Ano Novo), marcando, para os judeus, o início do ano 5771. Esta festa é conhecida desde os tempos bíblicos como festa das trombetas, devido ao toque do shofar, uma trombeta feita de chifre de carneiro.
Como o início de cada ano, esta festa também traz à mente de cada um promessas e desejos para o ano que está chegando. A família se reúne para festejar, mas diferente do que ocorrem com muitas famílias cristãs na virada do ano, as famílias judaicas se voltam para Deus nesta data especial. E isto acontece desde os tempos bíblicos quando toda a nação parava todas as suas atividades do dia a dia e ia até o templo oferecer sacrifícios a Deus.
De acordo com o texto de Números cada individuo deveria trazer ao Senhor três ofertas.
Holocausto (Levítico 1 e 6:8 ao 13): a primeira das ofertas pedidas era o holocausto, do hebraico ‘olah ou ‘owlah que significa “oferta queimada”, “subida, escada, degraus”. Esta oferta tinha este nome, pois seria totalmente queimada diante do Senhor, e, de acordo com Levítico, a fumaça que subiria aos céus era um aroma agradável a Deus, ou seja, de boa aceitação. Durante o ritual do holocausto o ofertante colocava sua mão sobre a cabeça o animal a ser ofertado indicando que o animal tomaria o seu lugar no sacrifício. O holocausto nos leva primeiramente a lembrar do Messias Jesus que dedicou toda a sua vida terrena primeiramente a Deus e em seguida a todos nós. “Apesar de ele [Jesus] viver na forma de Deus, não considerou a igualdade com Deus algo a ser mantido pela força. Ao contrário, esvaziou a si mesmo, ao assumir a forma de um escravo, tornando-se como os seres humanos são. E, quando ele surgiu como um ser humano, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte – morte na estaca como um criminoso!” (Filipenses 2:6 ao 8, Novo Testamento Judaico).
Outro aspecto que o holocausto nos leva a meditar é o holocausto sendo as nossas vidas diante do Senhor. “Eu os exorto, portanto, irmãos, tendo em vista as misericórdias de Deus, que se ofereçam em sacrifício vivo e separado para Deus. Isso irá agradá-lo, pois é a “adoração do templo” lógica de vocês.” (Romanos 12:1, Novo Testamento Judaico) Nossa vida dedicada inteiramente ao Senhor é uma oferta de boa aceitação. Contribuir com bondade, ofertar o amor e colaborar com os irmãos e com a obra e com o corpo faz com que nossas vidas tenham o aroma agradável a Deus.
Oferta de Manjares (Levítico 2 e 6:14 ao 18): a próxima oferta pedida é a oferta de manjares, do hebraico minchah que significa “presente, tributo, dádiva”. A oferta de manjares era uma oferta principalmente de agradecimento por tudo àquilo que Deus fez em sua vida. Tinha também o simbolismo de uma promessa de leal obediência ao Senhor.  Deste modo nossa oferta de manjares seria uma recordação de tudo aquilo que o Senhor fez por nós: cada cura, cada livramento, cada gesto que por muito pouco é esquecido. E esta recordação acaba frutificando em gratidão e em um comprometimento com Deus, ao saber que estando junto a Ele, tudo aquilo que nós realmente precisarmos nos será acrescentado (Mateus 6:31 a 33). Uma característica interessante da oferta de manjares é que os sacerdotes e levitas poderiam comer desta oferta. Isto nos leva a concluir que a gratidão pelo que o Senhor fez por nós precisa ser compartilhada para que os nossos irmãos se alegrem conosco por tudo aquilo que o Senhor fez por nós. Testemunhar os feitos de Deus é um elemento extremamente importante em nossa vida.
Pelo Pecado (Levítico 4:1 ao 6:7 e 6:24 ao 30): A oferta pelo pecado acaba misturando elementos do holocausto e da oferta pacífica. Do holocausto temos o animal tomando o lugar do pecador e morrendo em seu lugar. “O que as pessoas merecem com o pecado é a morte” (Romanos 6:23, Novo Testamento Judaico). Isto mais uma vez nos leva ao Messias Jesus que tomando nosso lugar, morreu por todos os nossos pecados. “Se a aspersão de pessoas cerimonialmente impuras com o sangue de bodes e touros, a as cinzas de uma novilha, restauravam-lhe a pureza exterior, quanto mais o sangue do Messias, que, pelo espírito eterno, se ofereceu a Deus como sacrifício imaculado, purificará nossa consciência das obras que conduzem à morte, para que possamos viver e servir ao Deus vivo!” (Judeus messiânicos (Hebreus) 9:13 e 14, Novo Testamento Judaico). “... mas a vida eterna é o que se recebe como presente gratuito da parte de Deus, em união com o Messias Yeshua [Jesus], nosso Senhor.” (Romanos 6:23, Novo Testamento Judaico). Da oferta de manjares temos que uma parte de tudo aquilo que foi oferecido pertenceria ao sacerdote que fez o sacrifício. Isto mostra dois aspectos importantes: primeiramente a necessidade da confissão de nossos pecados, primeiramente a Deus e em segundo plano a nossos irmãos. “Portanto, reconheçam abertamente seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros, para que possam ser curados. A oração de uma pessoa justa é poderosa e eficaz.” (Ya’akov [Tiago] 5:16, Novo Testamento Judaico). O ato de confessar nossos pecados a nossos irmãos coloca ao nosso lado pessoas que poderão nos ajudar a deixar de lado tudo isto que têm nos afastado de Deus. O segundo aspecto que julgo importante da oferta de manjares dentro da oferta pelo pecado é a gratidão a Deus, pelo perdão que temos através do holocausto do Messias.
Comecemos este ano com isto em nossa mente. Que possamos não só neste inicio, mas durante a cada dia deste ano que se inicia voltar nossos pensamentos e nossa vida a Deus, agradecendo constantemente por tudo aquilo que Ele já fez por nós, e tendo a certeza que Ele fará ainda mais. Que possamos realmente viver a vida que Deus tem para nós, com todos os privilégios e todos os deveres que esta vida traz. Que a imagem do Messias possa estar em nossa mente nos enchendo de gratidão e amor por um Deus que nos amou primeiro (I João 4:19). E que o toque do shofar, que nas Sagradas Escrituras, sempre introduziu atos solenes, acompanhou celebrações e anunciou atos memoráveis, possa marcar o ano em que nosso Messias retornará para buscar a sua noiva. “Aquele [Jesus] que testifica todas estas coisas diz: ‘Sim, venho em breve! ’ Amen! Vem, Senhor Yeshua!” (Revelações (Apocalipse) 22:20).

Façam soar o grande shofar por nossa liberdade e ergam o estandarte a fim de reunir os nossos exilados, e nos reunir como um só, dos quatro cantos da terra. Bendito sejas Adonai, que ajunta os dispersos de seu povo Israel.
Trecho da ‘Amidah

“Então o sinal do Filho do Homem aparecerá no céu, todas as tribos da Terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo nas nuvens do céu com grande poder e glória. Ele enviará seus anjos com grande som de shofar, e eles reunirão o povo eleito dos quatro ventos, de uma extremidade do céu à outra.”
Mattityahu (Mateus) 24:30 e 31 Novo Testamento Judaico

“Será em um instante, em um piscar de olhos, no shofar final. Porque o shofar soará, e os mortos serão ressuscitados para viver pra sempre, e nós também seremos transformados”.
1 Coríntios 15:52, Novo Testamento Judaico.


Shaná Tová U'metuká  (Um ano bom e doce)

Um comentário:

Eunice disse...

Parabéns!
Que Deus te abençoe!
A gratidão pelo que o Senhor fez por nós precisa ser compartilhada para que os nossos irmãos se alegrem conosco por tudo aquilo que o senhor fez por nós.

Eunice