domingo, 27 de janeiro de 2013

Intimidade para Caminhar



“Depois disso, Yeshua apareceu outra vez aos talmidim [discípulos], à margem do lago de Tiberíades. Foi assim que aconteceu: Shim‘on Kefa e T’oma (seu nome significa “gêmeo”) estavam com Natan’el, de Kanah da Galil, os filhos de Zavdai, e dois outros talmidim. Shim‘on Kefa lhes disse: “Vou pescar”. E eles disseram: “Vamos com você”. Eles foram e entraram no barco, mas naquela noite não pegaram nada. Contudo, assim que o dia amanhecia, Yeshua estava na praia, mas os talmidim não sabiam que era ele. Disse-lhes: “Vocês não têm nada para comer?”. “Não”, eles responderam. Ele lhes disse: “Lancem a rede a estibordo e vocês pegarão alguns”. Então eles lançaram a rede, e havia tantos peixes que não conseguiram puxar a rede para dentro do barco. O talmid [discípulo] a quem Yeshua amava disse a Kefa: “É o Senhor!”. Shim‘on Kefa, ouvindo-o dizer isso, vestiu o casaco, pois o havia tirado para trabalhar, e se lançou no lago. Mas os outros talmidim seguiram no barco, arrastando a rede cheia de peixes, pois estavam a cerca de noventa metros da praia. Quando desembarcaram, viram ali uma fogueira com brasas, um peixe sobre ela e um pouco de pão. Yeshua lhes disse: “Tragam alguns peixes que vocês acabaram de pescar”. Shim‘on Kefa entrou no barco e arrastou a rede para a praia. Ela estava cheia: 153 peixes, e, embora fossem muitos, a rede não se rompeu. Yeshua lhes disse: “Venham comer”. Nenhum dos talmidim tinha coragem de lhe perguntar: “Quem é você?”, pois sabiam que era o Senhor. Yeshua se aproximou, pegou o pão, e o deu a eles, e fez o mesmo com o peixe. Esta foi a terceira vez que Yeshua apareceu aos talmidim, depois de ter ressuscitado dos mortos.”
(Yochanan [João] 21.1 – 14 BJC [Bíblia Judaica Completa])

            É maravilhoso ler este relato de Yeshua que somente é apresentado por Yochanan [João], o discípulo amado. Sabemos que nosso Senhor morreu em uma cruz para nos salvar do decreto de morte que estava sobre nós. Mas a morte não foi capaz de vencê-lo, depois de três dias o Pai o ressuscitou. Depois de ressurreto esta era a terceira aparição para os seus discípulos. A primeira foi quando apareceu a eles quando, estando T’oma ausente, os dez encontravam-se reunidos a portas trancadas. A segunda, estando T’oma presente, ocorreu uma semana após a primeira. E agora Yeshua aparece novamente aos seus.
            A Bíblia não diz quanto tempo passou-se entre a segunda e a terceira aparição do Messias ressurreto, mas pela circunstancia que encontramos os discípulos creio que foi um tempo considerável, pois embora já soubessem da ressurreição de Yeshua, pois ele próprio já esteve duas vezes com eles, estavam sem saber o que fazer e resolveram voltar a sua atividade antiga: pescar.
            Durante nossa vida passamos por momentos difíceis. Quando estas dificuldades aparecem, mesmo crendo em Deus, mesmo sabendo de tudo aquilo que Ele já fez por nós, não conseguimos vê-lo atuando naquele momento. Não perdemos nossa fé, mas não conseguimos sentir o Senhor. É na hora da dificuldade que nossa intimidade com o Senhor faz toda a diferença.
            Acho muito curiosa a situação que Kefa [Pedro] e os demais discípulos encontravam-se. Yeshua havia ressuscitado e isto era um fato. Nenhum deles duvidava disto. Todos se encontravam extremamente alegres, pois viram seu Senhor que vencera a morte (Jo 20.20). Com certeza isto fez com que a fé de cada um deles estivesse sólida. Ela foi duramente provada durante os três dias que Yeshua permaneceu no tumulo, mas agora que o tumulo estava vazio e Yeshua novamente entre eles, a fé venceu a prova. A questão que se iniciou era o que eles iriam fazer a partir de agora. Talvez não se sentissem capazes de cumprir seus chamados. Talvez nem mais lembrassem que haviam recebido um chamado do Senhor. Talvez até mesmo estivessem todos se sentindo abandonados por aquele a quem seguiram por três anos. Numa total falta de compreensão, ficaram desanimados e decidiram voltar a viver do mesmo modo que estavam antes do encontro com Yeshua.
            Sabemos que o Senhor sempre está conosco (Mt 28.20), mas muitas vezes queremos que esta realidade signifique que jamais passaremos por problemas. Muito pelo contrário, com nosso Senhor ao nosso lado, podemos ouvi-lo dizer: “Neste mundo, vocês terão aflições. Mas sejam fortes! Eu venci o mundo!” (Jo 16.33 BJC). Porém, durante os períodos difíceis que vivemos, parece que não conseguimos ouvir nosso Mestre nos guiar e consolar. Parece até que não conseguimos nem ao menos vê-lo perto de nós. E com nossa fé cambaleando e o desanimo se alojando em nossos corações, acabamos agindo como os apóstolos, e desistimos de nossa vida em Cristo.
            Isto não quer dizer que estamos desviados. Mas deixamos de lado tudo àquilo que o Senhor entregou em nossas mãos para conquistar todas as coisas com nossas próprias forças. Deixamos de lado tudo o que nosso Messias conquistou por nós, e voltamos a andar nosso próprio caminho. E algo mais terrível acontece conosco, deixamos de reconhecer ao nosso Senhor.
            Foi exatamente isto que aconteceu com Kefa e seus companheiros. O texto bíblico diz que, enquanto todos estavam pescando, Yeshua estava na praia esperando por eles, mas eles não o reconheceram. Mesmo após a ordem do Messias de lançar a rede e observarem que, mesmo que durante a noite não pegaram nada, sob esta ordem a rede estava cheia, não conseguiram nem ao menos reconhecer aquele que já ordenara isto antes (Lc 5.1 – 11).
            Nosso Senhor jamais nos abandona. Ele nunca deixa de trabalhar em nós e a nosso favor. Porém, quando passamos a confiar em nossa própria força perdemos nossa visão espiritual e deixamos de ver este trabalhar. Agindo sob nossa própria força, nem mesmo conseguimos ter progresso naquilo que planejamos, pois tudo o que alcançamos vem de nosso Criador.
            Mas em meio aos discípulos encontramos alguém que reconheceu Yeshua, seu nome era Yochanan. A tradição diz que ele era o mais jovem dos doze discípulos, e talvez devido a isto fosse o que mais se aproximou do Mestre. Durante a última ceia ele quem apoiou a cabeça sobre o peito de Yeshua (Jo 13.33) e esteve presente até mesmo na crucificação (Jo 19.26). Enquanto muitos fugiam ele permaneceu ao lado do Messias Yeshua. E foi esta intimidade que possibilitou Yochanan a dizer a seus companheiros: “É o Senhor!”, e desta forma mudar completamente o rumo daquela história.
            É nossa intimidade com Deus, o desejo de estar junto com Ele em todas as situações, o profundo amor ao Pai em nossos corações que nos permitem ver o Senhor em todo o tempo. Que abre nossos olhos para enxergar a poderosa mão do Eterno cuidando de cada detalhe de nosso viver.
            Foi um amor como este que possibilitou Abraão ser transformado de um fabricante de ídolos no patriarca de uma grande nação. Foi uma intimidade como este que transformou Jacó de um traiçoeiro em aquele conhecido pelo nome de Deus. Foi o desejo de estar com o Senhor que fez com que Davi deixasse de ser um pastor fugitivo para se tornar o grande rei de Israel. É um profundo amor ardendo em nosso coração que nos faz mais que vencedores (Rm 8.37).
            Terminando a passagem podemos observar dois elementos importantes. O primeiro deles é que a intimidade de Yochanan possibilitou não apenas que ele reconhecesse Yeshua, mas que pudesse abrir os olhos dos discípulos através de sua revelação.        Sua busca pelo Senhor abrirá os olhos daqueles que estão ao seu redor.
            O segundo elemento é que, embora Yeshua pediu que lançassem a rede, ele já tinha pão e peixe na praia. O que o Senhor pede de nós não é para Ele próprio, mas para nós mesmos. E, da mesma forma que o Mestre entregou do seu próprio pão e do seu peixe aos discípulos, ele fará o mesmo conosco quando nos posicionarmos: dará da sua porção para nós.

sábado, 26 de janeiro de 2013

"Hatikva" o hino nacional de Israel cantado por Barbra Streisand (tradução)


Esperança (Hatikva)

 

Enquanto dentro do coração
De cada alma judia palpitar
E na direção do oriente
Os olhos se dirigirem

Ainda ñ passou nossa Esperança
Esperança que tem dois mil anos
De ser um povo livre em nossa terra
A Terra de Sião e Jerusalém.

"Adom Olam" (Tradução)


Mestre do Universo

 

Mestre do universo que tem reinado
Antes mesmo que qualquer coisa tenha sido criada
No momento em que tudo foi feito segundo Sua vontade
Como Rei foi então o Seu nome proclamado

E depois que tudo chegar ao fim
Somente o Temível continuará a reinar
Ele que era, Ele que é
Ele que sempre será em glória

Ele é Um e não há outro
Que possa ser comparado ou posto ao Seu lado
Sem princípio, sem fim
A Ele a força e o domínio

Ele é meu Deus, meu Redentor vivo
Rocha de minhas dores no momento da angústia
Ele é meu estandarte e o meu refúgio
A porção do meu cálice no dia em que O invocar

Nas Suas mãos eu depositarei o meu espírito
No momento do sono e então despertarei
E junto com meu espírito também meu corpo
O Eterno está comigo e eu não temerei

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Unção de Y’hoshafat [Josafá]



“ADONAI esteve com Y’hoshafat, porque ele viveu de acordo com os primeiros caminhos de seu antepassado, David [Davi], não buscando os ba‘alim [deuses pagãos], mas buscando o Deus de seu pai e vivendo pelas suas mitzvot [ordens, mandamentos], não por aquilo que Yisra’el [Israel] fazia. Portanto, ADONAI consolidou seu reinado; todo povo de Y’hudah [Judá] trouxe presentes a Y’hoshafat, de forma que ele teve riquezas e honra em abundância. Em seu coração, ele manteve alta consideração pelos caminhos de ADONAI; além disso, removeu os lugares altos e as colunas sagradas de Y’hudah.”
“No terceiro ano do seu reinado, ele enviou seus líderes [...] para ensinares nas cidades de Y’hudah [...]. Eles ensinaram em Y’hudah, tendo com eles um rolo da Torah [ensino, Lei, Pentateuco] de ADONAI; circularam por todas as cidades de Y’hudah, ensinando o povo.”
“O temor de DONAI tomou todos os reinos nas terras que circundavam Y’hudah, de modo que eles não fizeram guerra contra Y’hoshafat.”
(Divrei-Hayamim Bet [2 Crônicas] 17.3 – 10 BJC [Bíblia Judaica Completa])

            Um dos relatos a respeito dos reis que governaram os filhos de Yisra’el que mais me impressiona é o que diz respeito ao rei Y’hoshafat. Embora a grande parte dos reis estiveram longe do Senhor, o mesmo não ocorreu com Y’hoshafat, filho de Asa.
            O livro das Crônicas dos reis de Y’hudah nos mostra que Y’hoshafat foi bem sucedido em seu governo, e isto ocorreu principalmente, pois reconheceu que acima dele o Eterno deveria reinar sobre Seu povo. Tal reconhecimento gerou no coração do jovem rei diversas características que marcaram seu reinado, influenciando não apenas a si próprio, mas também a todo povo subordinado a ele.
            A primeira atitude que favoreceu sua vida foi a busca ao Senhor. O texto bíblico nos ensina que Y’hoshafat não se conformou em viver como diversos reis viveram antes dele. Muito pelo contrário, ele se espelhou em David, o segundo rei de Yisra’el conhecido como um homem segundo o coração de Deus (1 Sm 13.14). Isto nos leva a duas reflexões: a primeira delas é encontrada na questão “Quem tem sido o nosso exemplo?” Muitas pessoas olham para vizinhos, conhecidos, amigos que tiveram sucesso e se espelham nestas pessoas. Acabam determinando seu objetivo pessoal no sucesso material, e diante desta meta procuram seguir os passos daqueles que já alcançaram a tão sonhada posição social, ou o conforto material. Mas o que muita gente não se lembra, é que nosso caminho só possui um destino, e o destino escolhido por Y’hoshafat é aquele que levava ao Senhor, pois ele sabia que neste caminho tudo o mais seria alcançado (Lc 12.31).
E isto nos leva a uma segunda reflexão: “A quem temos buscado?”. Temos buscado ao nosso Criador genuinamente ou temos utilizado esta busca como um meio de adquirir bênçãos. O texto de Lucas citado acima é muito mal compreendido hoje. Yeshua é bem claro ao dizer: “Em vez delas, busquem seu Reino, e todas essas coisas também lhe serão dadas” (Lc 12.31 BJC). O “delas” referido por Yeshua representa o que comeremos e beberemos e, deste modo, ele não está garantindo riquezas, poder e a realização de tudo o que queremos. Simplesmente garante que nossa busca ao Senhor irá mover as Suas poderosas mãos ao nosso favor nos entregando o que comer e o que vestir. Isto é a verdadeira prosperidade que implica não ter muito, mas ter o necessário para vivermos.
Diante deste posicionamento Y’hoshafat decidiu obedecer aos preceitos do Senhor. Este posicionamento não deixou de ser um desafio a ele, pois, de acordo com o texto do início, não era aquilo que Yisra’el praticava. Ao nosso lado sempre existirão pessoas que não estão dispostas a seguir a Deus. Suas posturas, atitudes e até mesmo concelhos e imposições tentarão nos influenciar a sermos iguais a elas. Cabe exclusivamente a cada um decidir cumprir ou não os propósitos do Senhor em sua vida, buscando Sua vontade e obedecendo a sua Palavra.
Para que Y’hoshafat pudesse realmente seguir os preceitos do Senhor, ele passou a amar a Palavra de Deus. A Bíblia é o principal instrumento escolhido pelo Eterno para se revelar a Seu povo. Buscar a Deus implica em dedicar tempo de leitura e meditação em Sua Palavra. Desejar obedecer ao Senhor implica em uma fome e sede de Seus preceitos, que somente são encontrados na Bíblia. E Y’hoshafat não guardou este segredo para si, mas enviou homens para percorrerem toda Y’hudah ensinando a todos a Torah, ou seja, a Lei do Senhor revelada por intermédio de Mosheh [Moisés].
Este posicionamento fez com que todas as nações temessem ao Deus de Y’hoshafat. O temor de Y’hoshafat por Deus era tão grande que as nações passaram a temer e tremer diante de Deus. Mas uma nação resolveu desafiar Y’hoshafat.

“Algum tempo depois, o povo de Mo’av [Moabe] e o povo de ‘Amon com outros ‘amonim [amonitas] vieram para lutar contra Y’hoshafat. Foi dito a Y’hoshafat: “Um imenso exército de além do mar [Morto], de Aram, está no caminho, para lutar contra ti; exatamente agora eles estão em Hatzatzon-Tamar” (ou seja, ‘Ein-Gedi). Y’hoshafat ficou com muito medo [...]”.
(Divrei-Hayamim Bet 20.1 – 3a)

            Era um imenso exército. Y’hoshafat ficou com muito medo ao ouvir a noticia. O interessante é percebermos que Y’hoshafat tinha uma aliança com Senhor, ele buscava a ADONAI, obedecia aos Seus preceitos, amava Sua Palavra, e ainda assim um grande exército se reuniu contra ele. Servir ao Senhor não irá nos impedir de termos dificuldades. Elas virão sobre nós no decorrer de nossas vidas, e se desejamos permanecer no proposito da busca ao Senhor devemos nos posicionar diante delas da mesma forma que veremos que Y’hoshafat se posicionou.

“[...] [Y’hoshafat] determinou buscar ADONAI. Ele proclamou um jejum em todo em todo o Y’hudah, e Y’hudah reuniu-se para buscar socorro da parte de Adonai; [...]”.
“ele disse: ‘ADONAI, Deus de nossos antepassados, somente tu és Deus no céu. Tu governas todos os reinos das nações. Em tua mão, está o poder e a força, de forma que ninguém pode resistir a ti. [...]’”.
“Então, agora, veja: o povo de ‘Amon, Mo’av e do monte Se’ir, a quem tu não deixaste que Yisra’el invadisse quando chegaram da terra do Egito [...] estão agora nos retribuindo [mal]; eles vieram para nos lançar fora da tua possessão, que tu nos deste como herança. Nosso Deus! Não executarás julgamento contra eles? Porque nós não temos força suficiente para derrotar essa imensa horda que vem contra nós, e nós não sabemos o que fazer, mas nossos olhos estão em ti”.
(Divrei-Hayamim Bet 20.3b, 4, 6,10 – 12 BJC).

            Y’hoshafat não deixou o medo derrota-lo. Mesmo diante de seu maior inimigo ele continuou em seu propósito de buscar ao Senhor e quando ofereceu sua oração, podemos enxergar o que se passava em seu coração. Encontramos dentro dele louvor a Deus, ou seja, o reconhecimento de quem o Senhor é e daquilo que Ele é capaz de fazer pelos Seus. Este reconhecimento refletiu na confiança que tinha no Senhor dos senhores. A real busca ao Senhor gera em nós o conhecimento, e este gera a fé verdadeira. Nossa fé é gerada pelo Ruach Hakodesh [Espírito Santo] através da intimidade que temos com nosso Pai celestial.
            Com confiança Y’hoshafat foi capaz de apresentar a Deus suas súplicas, sabendo que Ele estava ouvindo e que os Seus propósitos seriam maiores do que o próprio rei poderia determinar.

“Ouça, todo o povo de Y’hudah, vocês que vivem em Yerushalayim e o rei Y’hoshafat, eis o que ADONAI está dizendo a vocês: ‘Não tenham medo nem se angustiem por causa dessa grande horda; porque a batalha não é de vocês, mas de Deus.”
(Divrei-Hayamim Bet 20.15 BJC)

            Quando tudo foi entregue nas mãos do Senhor, Ele tomou para si. As batalhas naturalmente virão sobre nós, mas quando aprendermos a entrega-las nas mãos do Pai, nosso Deus assume-as para nós. E quando a batalha está nas mãos do Senhor dos Exércitos poderemos ter a certeza que “em todas estas coisas somos supervencedores, por meio daquele que nos amou.” (Romanos 8.37 BJC). A vitória em cada situação será entregue por Deus. Ele assume a responsabilidade pelas batalhas de seus adoradores.

“Depois de consultar o povo, ele [Y’hoshafat] designou alguns para cantar a ADONAI e louvar o esplendor da sua santidade, enquanto eles iam à frente do exercito, dizendo: “Deem graças a ADONAI, porque a sua misericórdia dura para sempre”. Então, durante o tempo em que eles estavam cantando e louvando, ADONAI trouxe um ataque surpresa contra o povo de ‘Amon, Mo’av e do monte Se’ir, os quais tinham vindo para lutar contra Y’hudah; e eles foram derrotados. Então, quando Y’hudah alcançou a torre de vigia da qual podia ser avistado o deserto, eles olharam para a horda; e ali, diante deles, estavam os cadáveres caídos no chão; ninguém tinha sobrado. Y’hoshafat e seu exercito vieram tomar o espólio deles e encontraram entre eles propriedades pessoais em abundância e cadáveres com joias preciosas, as quais eles iam tirando para si até que não pudessem mais carregar.”.
“O temor de Deus veio sobre todos os reinos das nações, quando eles ouviram dizer que ADONAI tinha lutado contra os inimigos de Yisra’el.”
(Divrei-Hayamim Bet 20.21,22, 24, 25,29 BJC).

            Y’hoshafat apenas adorou e durante a adoração Deus batalhou em seu favor. Depois da vitória Y’hoshafat saqueou seus inimigos.
            Quando aprendermos a nos posicionar diante das dificuldades que surgem no nosso dia a dia, o próprio Deus nos dará a vitória na batalha. Deus nunca nos prometeu uma vida sem lutas, mas a vitória em cada uma delas. E nunca sairemos de uma batalha de mãos vazias, pois juntamente com a vitória o Senhor nos dará o espólio. Este, além de bênçãos recebidas, representa também o amadurecimento que o Pai gera em cada um de nós no campo de batalha.
            Quando a batalha acabou todas as nações temeram ao Senhor. Deus usará de nossa vitória para que Seu nome seja glorificado entre aqueles que nos cercam.
            Nosso Pai deseja colocar sobre nós a unção de Y’hoshafat, a capacitação de adorarmos em meio à guerra. A capacitação de deixar com Ele nossas batalhas e deste modo, deixar que o nome do Senhor seja glorificado entre os povos. Esta capacitação é entregue a todos aqueles que buscam e se posicionam no Senhor.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

"Chanukah" de Marty Goetz (tradução)


 

Faça de minha vida Seu templo
Senhor neste início de período
Para derrubar todos os ídolos que eu levantei no meu coração


Coro
Neste Hanukkah
Nesta Festa da Dedicação
Dedico-me a Você


Leve meu altar profanado
Venha limpar e reparar
Então toda vez que eu falhar posso correr para te encontrar lá


Coro
Neste Hanukkah
Nesta Festa da Dedicação
Dedico-me a Você
 


Ponte
E com cada vela da candelabro
Que ilumina a noite
Vem uma oração para Você acender
Em mim, Yeshua, um desejo de seu fogo, da tua luz

Faça do meu corpo mortal
Uma casa digna de seu nome
Livre-me do que é ímpio e cada coisa oculta pela vergonha


Coro
Neste Hanukkah
Nesta Festa da Dedicação
Dedico-me a Você


Ponte
E com cada vela da candelabro
Que ilumina a noite
Vem uma oração para Você acender
Em mim, Yeshua, um desejo de seu fogo, da tua luz


Pegue a minha oferta de óleo
Temo que não é é suficiente para queimar tanto tempo
Mas, oh, quanto oro para poder dizer um dia: "Um grande milagre aconteceu aqui!"



Coro
Neste Hanukkah
Nesta Festa da Dedicação
Dedico-me a Você

Meu Yeshua me dedico a você.

domingo, 20 de janeiro de 2013

A Igreja Verdadeira

“À medida que se aproximam dele, a pedra viva rejeitada pelas pessoas, mas escolhida por Deus e preciosa para ele, vocês mesmos, como pedras vivas, estão sendo utilizados na edificação de uma casa espiritual para serem kohanim [sacerdotes] separados para Deus a fim de oferecerem sacrifícios espirituais aceitáveis a ele por intermédio de Yeshua, o Messias.”.
(1 Kefa [1 Pedro] 2.4 e 5)

            A palavra “igreja” nos dias de hoje possui um grande leque de significados que, na maioria dos casos, não reflete a verdadeira realidade que está por traz do termo. Não é incomum dizermos que estamos indo à igreja, associando o edifício onde cultuamos o nosso Deus com Sua igreja. Outros, numa tentativa de espiritualizar a expressão, dizem que individualmente somos a igreja do Messias. Ou seja, eu sou a Igreja, você é a Igreja, e assim por diante.
            Porém, por mais usadas que estas formas sejam não refletem fielmente o significado da palavra igreja. A palavra igreja vem do grego ekklesia que pode ser traduzida como “assembleia” ou “congregação” do povo de Deus. Deste modo, embora seja o significado mais comum, a palavra igreja na Bíblia jamais se referia a um prédio ou local de adoração. E tanto o significado do termo, quanto os versículos que Kefa [Pedro] escreveu em sua primeira carta nos mostram que individualmente não somos a igreja, mas quando nos juntamos em nome de Yeshua, o Messias (Mt 18.20), formamos Sua Igreja.
            As implicações desta verdade em nós são tremendas, e sobre elas gostaria de discorrer nesta mensagem.
            O primeiro ponto a nos atentarmos é o início do versículo 4 de 1 Kefa 2. Kefa nos diz que somos transformados em pedras vivas “à medida que nos aproximamos dele, a pedra viva rejeitada pelas pessoas”. O pronome ‘dele’ usado por Kefa refere-se ao Messias, em uma ideia que tem início em 1 Kefa 1.19. Kefa, utilizando Yesha‘yahu [Isaías] 28.16 e Tehillim [Salmos] 118.22, compara o Messias com a pedra colocada pelo Senhor como alicerce daqueles que nele confiam e como padrão para seu povo. Embora muitos o rejeitaram, todos aqueles que se firmarem no Messias prevalecerão sobre seus inimigos e adentrarão pelas portas da justiça, abrigando-se no refúgio do Senhor.
            Deste modo, o primeiro passo para que façamos parte da comunidade messiânica é nos aproximarmos de Yeshua, o Messias. Sem ele não teremos de forma alguma aceso ao Pai. Não receberemos a libertação do pecado, nem a salvação do decreto de morte que o pecado nos trouxe.
            Esta aproximação não significa simplesmente frequentar cultos religiosos, andar com aqueles que receberam ao Messias, ou simplesmente atuar de algum modo no culto religioso fazendo parte do dia a dia da Igreja. Kefa nos ensina que aquele que deseja aproximar-se do Messias deve livrar-se “de toda maldade e de todo engano, hipocrisia, inveja e de todas as formas de maldizer as pessoas”. Também aconselha que todos sejam “como recém-nascidos, sedentos do puro leite da Palavra; para que por meio dele, cresçam para a libertação.” (1 Kefa 2.1 e 2). Isto define a verdadeira conversão aos caminhos determinados pelo Messias, nosso caminho ao Pai (Jo 14.6). Sem uma conversão genuína, que implica o arrependimento e o real desejo da santificação, seremos apenas frequentadores de cultos, jamais faremos parte da Igreja do Messias Yeshua.
            Ao nos aproximarmos verdadeiramente da Pedra Viva, Kefa nos ensina que nos tornamos pedras vivas utilizadas na edificação de uma casa espiritual. Isto indica que o propósito principal do Eterno é que todos aqueles que aceitaram Yeshua como o Messias atuem em unidade. Formem um só corpo. Estabeleçam conjuntamente a vontade do Senhor na Terra. E isto inclui nossas próprias famílias.
            Se você tem o privilégio de viver em um lar em que no mínimo outra pessoa seja também uma pedra viva, então pelo menos vocês dois formam a igreja do Senhor em sua casa. Um dos grandes erros do cristianismo foi deixar de cultuar a Deus em seus lares e transmitires o culto para locais específicos. Passamos a fazer distinção entre a casa de Deus e nossas casas, e muitas vezes, através de nossas atitudes, expulsamos o Senhor de nossos lares. Hoje precisamos entender que se o Senhor alcançou, juntamente conosco, alguns de nossa casa, temos o privilégio e o dever de cultuarmos em nosso lar. A família é a célula da Igreja e quando o Senhor for verdadeiramente cultuado em nosso lar, nosso culto público ao Senhor terá muito mais vida.
            O segundo ponto a nos atermos é que somente formaremos a verdadeira Igreja messiânica quando estivermos em união com nossos irmãos. A respeito desta união Jesus orou no fim de seu ministério terreno:
“Oro não apenas por eles [os discípulos], mas também por aqueles que confiarão em mim, por causa da palavra deles, para que todos sejam um, como tu, Pai, estás unido a mim, e eu, a ti. Oro para que eles também estejam unidos a nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.”
(Yochanan [João] 17.20 e 21 BJC)
            A união entre Jesus e o Pai é algo tremendo e ao mesmo tempo incompreensível à mente humana. A Bíblia nos ensina que temos apenas um Deus, e que este único Deus se manifesta em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A doutrina da Trindade é uma das mais antigas do cristianismo, e talvez a mais difícil de compreender. Isto porque nosso Deus é infinito, ou seja, ilimitado, e nunca seremos capazes de compreender plenamente ao Senhor, nem de conhecê-lo totalmente, pois possuímos intelecto limitado. Para compreendermos o texto de Yochanan precisamos apenas pensar na união do Messias Yeshua ao Soberano Criador, nosso Pai. Uma forma de ilustrar a unidade da Trindade é através de uma analogia utilizada por Basílio de Cesaréia, um dos pais capadócios. Nesta, comparamos Deus com o Sol. Deus Pai seria o Sol propriamente dito, Deus Filho seria a luz que é gerada pelo Sol, e Deus Espirito Santo seria o calor que procede do Sol. Esta analogia falha ao identificar cada membro da Trindade com uma substância diferente, enquanto o Pai, o Filho e o Espírito Santo são consubstanciais. Não possuímos três deuses, temos apenas um Deus com três relacionamentos distintos entre si. A analogia acaba sendo útil para entendermos sua ação conjunta. Da mesma forma que não é possível ver o Sol sem observar sua luz, nem receber seu calor, não é possível olhar para o Pai se não for através de Yeshua, mediante o Espírito Santo em nós.
            Este trabalhar em unidade, encontrado na Trindade, precisa ser encontrado na igreja. Precisamos estar em tal unidade que não seja possível ver a obra realizada por um de nós, sem enxergar todo o corpo em cooperação. É como o nosso próprio corpo. Embora estejamos acostumados a estudar na escola cada órgão separadamente dos demais, todos atuam em unidade de forma que o trabalhar do pulmão não seria possível sem o coração. Se um deles resolvesse parar de trabalhar impediria os demais de trabalhar.
            Nossa unidade deve refletir a união de Yeshua com o Pai. Nossas personalidades se mantêm, não são de forma alguma anuladas, mas passamos a atuar como uma só igreja. E quando as pessoas olham para nós enxergam a Igreja do Messias, e assim, de acordo com a oração de Yeshua, o mundo reconhecerá que o Pai o enviou. Nossa unidade leva às pessoas a glorificarem a Deus.
            O exemplo de Kefa, nos comparando a pedras vivas para a edificação de uma casa espiritual, contem outro ingrediente importante nesta conversa. Se eu construo uma parede de tijolos, por exemplo, e depois de construída retiro um tijolo do meio os outros ao redor dele acabam suportando um peso maior. E se continuo a retirar mais e mais tijolos daquela parede o processo vai se multiplicando e afetando os tijolos mais próximos aos buracos, ocorrendo gradualmente o aumento do vão. E numa parede de alvenaria estrutural tal processo comprometerá a estrutura de toda edificação.
            Quando estamos juntos, além de trabalharmos em união, servidos de apoios uns aos outros. Temos uma responsabilidade vinda de Deus sobre nós de dar suporte a nossos irmãos. Estar juntos, andar com eles, alegrar com os que se alegram, chorar com os que choram (Rm 12.15). Somos chamados para exortar, consolar, edificar a todos aqueles que o Senhor colocou ao nosso redor. Quando nos omitimos desta responsabilidade, deixamos um buraco na parede e todos aqueles que estão ao nosso redor acabam ficando sobrecarregados devido a nossa ausência. Com o tempo a brecha que abrimos começa a crescer até o processo compromete a estrutura de toda igreja.
            Sem unidade não há igreja. Deste modo, quem não está em perfeita união primeiramente com Deus e consequentemente com seus irmãos não faz parte deste edifício, não faz parte da Igreja. Isto se resume no que Martinho Lutero chamava dos dois únicos sacramentos da Igreja: o batismo e a ceia do Senhor. De acordo com Lutero, rejeitar o batismo e deliberadamente negligenciar a ceia do Senhor podia levar à perda da comunhão com Deus. Hoje não os vemos como sacramentos, pois não produzem a graça. São rituais simbólicos que nos trazem à memoria a essência de nosso chamado por Deus.
            No batismo declaramos publicamente nosso arrependimento. De acordo com os anabatistas ele é um sinal e símbolo da conversão. No batismo declaramos que fomos sepultados com Yeshua e nele ressurgimos (Cl 2.12). O batismo é a “indagação de uma boa consciência para com Deus” (1 Pe 3.21). Ele é a declaração publica de nossa união ao Messias, pois “se alguém estiver unido ao Messias, é uma nova criação – a antiga já passou; vejam: o que há agora é diferente e novo!” (2 Co 5.17 BJC). Deste modo se não há novidade de vida não estamos com Yeshua, e se há, não há nada que nos impeça o batismo. Por isto é inconcebível alguém que recebeu ao Messias que decidiu não se batizar.
            O segundo ritual simbólico praticado por nós é a Ceia do Senhor. Nela lembramos a morte e a ressurreição de Yeshua. Celebramos o sacrifício do Messias pelas nossas vidas, através do qual recebemos a salvação e o acesso ao Pai. A ceia também nos traz a memória que fazemos parte de um mesmo corpo. Sha’ul [Paulo] nos ensina em 1 Coríntios 11.29 que precisamos discernir o corpo do Senhor, ou seja, compreender nosso papel e desempenha-lo com excelência.
            O Senhor não escolheu pessoas, Ele escolheu uma Igreja. Quando entendermos este chamado e nos posicionarmos nele nada ira conseguir se opor a nós.
            Para a Sua Igreja o Senhor prometeu que manteria os olhos abertos e os ouvidos atentos à oração (2 Cr 7.15). Também a ela, o Senhor prometeu perdoar os pecados e sarar a sua terra, quando se unirem em humildade, oração, busca e arrependimento (2 Cr 7.14).
            Para a Igreja do Senhor em união, é a promessa que Yeshua estará no seu meio (Mt 18.20). Em relação à união de Seu povo que o Senhor declara que as portas do inferno não prevalecerão a eles (Mt 16.18).
            O chamado do Senhor implica em unidade. Se estabelecer no corpo em arrependimento e disposição a pertencer ao corpo é o posicionamento esperado. Qualquer outro posicionamento nos mantém fora do proposito de nosso Deus.