sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Shma Israel" de Sarit Hadad (Tradução)

Shalom a todos. Não se esqueçam de nosso Deus único e poderoso, pois Ele jamais se esquece de nós.



Escuta Israel

Quando o coração grita, só Deus entende
A dor chega até a alma
Um homem cai antes de se afogar
Corta o silêncio de uma súplica

(Refrão)
Escuta Israel, meu Deus. Tu és o todo-poderoso
Tu me deste a vida, Tu me deste tudo
Uma lágrima em meus olhos, meu coração chora em silêncio
E quando o coração é silencioso, a alma grita de dor
Escuta Israel, meu Deus. Agora estou completamente só
Faça-me forte, meu Deus, assim já não terei medo
A dor é grande e não há lugar aonde ir
Pára tudo isso, já não tenho a força para suportá-lo

Quando o coração chora, o tempo para
Um homem vê sua vida passar diante de seus olhos
Ele não quer ir ao desconhecido
Ele chama seu Deus à margem do poço sem fundo

(Refrão - 2x)
Escuta Israel, meu Deus. Tu és o todo-poderoso
Tu me deste a vida, Tu me deste tudo
Uma lágrima em meus olhos, meu coração chora em silêncio
E quando o coração é silencioso, a alma grita de dor
Escuta Israel, meu Deus. Agora estou completamente só
Faça-me forte, meu Deus, assim já não terei medo
A dor é grande e não há lugar aonde ir
Pára tudo isso, já não tenho a força para suportá-lo

Paixões

“O que causa disputas e lutas entre vocês? Não são os desejos guerreando em seu interior? Vocês desejam coisas que não têm; matam e invejam, mas não conseguem obtê-las. Então vocês lutam e disputam. O motivo pelo qual vocês não têm é que não oram! Ou vocês oram e não recebem, por orarem com a motivação errada: a pretensão de saciar os próprios desejos.”
“Esposas infiéis! Vocês não sabem que amar o mundo é odiar a Deus? Quem escolhe ser amigo do mundo transforma-se em inimigo de Deus! Ou vocês supõem que a Escritura fala em vão ao afirmar que há um espírito entre nós que cobiça com intensidade? Mas a graça que ele nos concede é maior, por isso a Escritura diz: ‘Deus se opõe aos arrogantes, mas dá graça aos humildes’
“Portanto, submetam-se a Deus. Além disso, resistam ao Adversário, e ele fugirá de vocês. Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês! Limpem as mãos pecadores; purifiquem o coração, vocês que tem mente dividida! Gemam, lamentem-se e solucem. Que seu riso se transforme em lamento e sua alegria, em tristeza! Humilhem-se perante o Senhor, e ele os exaltará.”
“Irmãos, parem de falar mal uns dos outros! Quem fala contra um irmão ou julga seu irmão, fala contra a Torah e julga a Torah. E, se você julgar a Torah, não é praticante dela, mas seu juiz. Há apenas um Doador da Torah; ele também é o Juiz, com poder para salvar e destruir. Quem você pensa que é para julgar outro ser humano?”
“Agora ouçam, vocês que dizem: ‘Hoje ou amanhã iremos para a cidade tal, faremos negócios e ganharemos dinheiro lá durante um ano! ’. Vocês nem mesmos sabem se estarão vivos amanhã! Porque todos são uma neblina que aparece por um pouco e depois se dissipa. Em vez disso, vocês deveriam dizer: ‘Se Adonai quiser que aconteça’, viveremos para fazer isto ou aquilo. Contudo, agora, vocês se gloriam de sua arrogância. E toda vanglória é maligna. Portanto, qualquer um que saiba a coisa certa a fazer e não faz, comete pecado.”
(Ya’akov [Tiago] 4:1 ao 17 NTJ)

            Nesta semana quero conversar com vocês a respeito deste capitulo da carta de Ya’akov [Tiago] as doze tribos na Diáspora. Ya’akov foi um dos primeiros lideres da Comunidade Messiânica, conhecido como o Justo, e, de acordo com o historiado Flávio Josefo, passava uma grande parte do dia orando. A carta de Ya’akov é conhecida como o livro de Provérbios do Novo Testamento, por apresentar o lado prático do Evangelho.
            No capítulo que apresentei no inicio deste texto, Ya’akov está falando sobre paixões, mas, ao contrário do que muitos acham, a paixão não é um sentimento gostoso que surge em nosso coração. A paixão pode ser definida como fanatismo, cegueira, um sentimento que se sobrepõem a lucidez, que ultrapassa os limites da lógica. A paixão de modo algum é um sentimento que devemos culivar dentro de nós, pois, de acordo com Ya’akov, é a paixão que causa guerras, contendas e divisões. E este é o tema desta mensagem.
            A primeira paixão que encontramos neste texto é a Paixão pelo seu prazer, por seu bem estar. Este é um sentimento muito comum nos dias de hoje e que não pode ser confundido com a realização de nossos sonhos. Uma coisa, por exemplo,  é você sonhar com sua casa própria e batalhar para comprá-la. Outra bem diferente é você ficar fanático pela compra de sua casa ao ponto de fazer qualquer coisa para obtê-la. Uma pessoa com esta paixão dentro de si pensa: “Eu tenho o direito de obter, e vou conseguir não importa o que tenha que fazer”. Ela deixa de se importar com os outros, e a única coisa que enxerga é ela mesma.
            Quando a paixão pelo prazer domina nossa vida, ela traz outros sentimentos tão nocivos quanto ela. A cobiça, que nada mais é que o desejo daquilo que os outros têm, a inveja, que pode ser descrita como o desgosto pelo bem e felicidade dos outros, e o desejo de matar, que não implica somente em tirar literalmente a vida, mas qualquer tipo de desejo de minar a alegria de viver das pessoas. Palavras matam mais que qualquer outro tipo de arma.
            Aqueles que alimentam sua paixão pelo prazer, não receberão nada de Deus. Veja o exemplo de Yeshua [Jesus] o Messias: “Apesar de ele viver na forma de Deus, não considerou a igualdade com Deus algo a ser mantido pela força.” (Fp 2:6 NTJ). Ele não pensou em si mesmo, mas entregou-se por todos nós.
            A segunda paixão que encontramos é a Paixão pelo mundo, por aquilo que não pertence a Deus.  Um sentimento que constantemente bate a nossa porta geralmente desejando uma identificação com aqueles que nos cercam. Não queremos parecer diferentes dos nossos colegas de trabalho, de escola, de nossos vizinhos e por aí vai. E para afugentar esta diferença começamos a nos vestir como eles, nos portar como eles, falar como eles, frequentar os mesmos lugares e ouvir as mesmas músicas. Ya’akov é bem claro ao dizer que aqueles buscam a amizade com o mundo, encontra inimizade com Deus.
            Veja o que veste, será que Deus sairia com você vestido deste jeito? Saiba aquilo que está cantando, estas letras estão atraindo ou afastando a presença de Deus? Escolha onde anda, se Deus não está com você, então não é lugar para você. Ouvi certa vez uma história bem interessante de uma senhora cristã, que era constantemente convidada por seus filhos para sair com eles. Um da ela concordou em ir ao cinema e ao chegar aproveitando que o filme não havia começado, ajoelhou-se para orar. Seus filhos constrangidos lhe disseram que o cinema não era lugar para orar, ao que ela prontamente respondeu, se não é lugar para buscar a Deus, não é lugar para ela estar.
            Você tem o direito de escolher com quem anda, mas Deus não irá dividir você com o mundo. Não é Deus quem deve se adaptar ao seu estilo de vida, é seu estilo de vida que deve se adaptar a Deus. “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” (Sl 1:1).
            A terceira paixão que Ya’akov explora neste texto é a Paixão pelo controle. Esta paixão traz a nós a necessidade de fazer planos pessoais, confiando que nós conseguiremos realizar tudo aquilo que planejamos. Esta paixão é a confiança em si mesmo, nas sua própria força.
            Quando lemos que devemos falar em cada plano “se Deus quizer”, não estamos sendo ensinados a falar um jargão tão comum nos nossos dias, mas a deixar que Deus assuma o controle de nossas vidas.
            Mas como é que podemos nos livrar de tais sentimentos tão comuns a todos, e que têm aprisionado a muitos? Encontramos respostas a esta questão no mesmo trecho da carta de Ya’akov que lemos no início.
            Primeiramente devemos no submeter a Deus. Isto significa procurar em primeiro lugar a vontade de Deus, que sabemos ser boa, agradável e perfeita (Rm 12:2). Nos preocuparmos em realizar a vontade de Deus é o primeiro passo para nos livrarmos das paixões.
            Em seguida devemos resistir ao Adversário. Ele é o semeador das paixões. Dele vem as contendas e discórdias. Resistir a ele significa não ceder aquilo que ele lança sobre nós.
            Com isto seremos capazes de nos aproximarmos de Deus. Isto implica deixar para traz todo costume mundano. Quando nos aproximamos de Deus passamos a ser parecidos com ele, e diferentes de quem nos cerca. Isto significa sermos luz.
            Porém a aproximação de Deus não é algo que podemos fazer de qualquer jeito. Somos ensinados a limparmos as nossas mãos e purificarmos nosso coração. Nossas mãos são responsáveis por praticamente todas as nossas ações e nossos corações são vistos como a fonte de nossos sentimentos. Deste modo, a instrução que recebemos é limparmos as nossas ações, ou seja, nos esforçarmos com a ajuda do Ruach HaKodesh, Espírito de Deus, a agir com retidão. Purificar nossos corações é purificar nossos sentimentos, lutar contra tudo o que é impuro e está dentro de nós. Uma luta que só poderá ser vencida com a ajuda do Ruach HaKodesh.
            Por fim, só poderemos vencer as paixões com um sentimento de humildade. Reconhecermos que somos sujeitos ao pecado, e que erramos. Reconhecer que Deus está falando conosco, que isto que está lendo é para você e não para aquele irmão que você está pensando neste momento. Reconhecer nosso erro e ter humildade para buscar de Deus o perdão e a forma correta de viver é um passo fundamental para nos livrarmos das paixões que constantemente estão querendo nos aprisionar.

Shabat Shalom!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Carros de Boi: Receitas para o Fracasso

“Tornou Davi a ajuntar todos os escolhidos de Israel, em número de trinta mil. Dispôs-se e, com todo o povo que tinha consigo, partiu para Baalá de Judá, para levarem de lá para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o nome, o nome do SENHOR dos exércitos, que se assenta acima dos querubins. Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo. Levaram-no com a arca de Deus, da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Aiô ia adiante da arca. Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris, com pandeiros e com címbalos.
Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de deus. Desgostou-se Davi, porque o SENHOR irrompera contra Uzá; e chamou aquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje. Temeu Davi ao SENHOR, naquele dia, e disse: como virá a mim a arca do SENHOR? Não quis Davi retirar para junto de si a arca do SENHOR, para a cidade de Davi; mas a fez levar à casa de Obede-Edom, o geteu. Ficou a arca do SENHOR em casa de Obede-Edom, o geteu, três meses; e o SENHOR o abençoou e a toda a sua casa.”
(II Samuel 6:1 ao 11)

            Hoje quero compartilhar sobre um acontecimento muito importante na história de Israel: a primeira tentativa do rei Davi de trazer a arca da aliança para Jerusalém. Para que todos consigam situar-se neste acontecimento, é importante lembrar que a Arca foi tomada pelos filisteus em uma batalha contra o reino de Israel aproximadamente 60 anos antes deste acontecimento (I Sm 4:5 a 11), ficando com eles por sete meses. Após serem assolados com pragas, os filisteus mandaram a Arca de volta para Israel em um carro de bois (I Sm 6:1 ao 12). Pouco depois de recuperarem a Arca, esta ficou na casa de Abinadabe, aos cuidados de Eleazar, seu filho. O tempo passou e 60 anos depois a Arca é preparada para mais uma viagem: iria para Jerusalém, a capital do reino, porém nesta viagem duas pessoas cometeram graves erros, e estes erros levaram esta tentativa ao fracasso.
            São estes erros que gostaria de apontar e compartilhar com você neste dia, para que os conhecendo não caiamos nos mesmo, e assim não estar fadados ao fracasso.

Davi:

            A Bíblia conta que Davi desejava ter a Arca da Aliança em Jerusalém. Esta caixa de madeira coberta de ouro representava a presença de Deus a todo povo. Estar diante da Arca era o mesmo que estar diante de Deus naqueles dias. Ao planejar trazer a arca para Jerusalém, Davi estava se aproximando do Senhor, e, sabendo que Jerusalém era a capital do reino de Davi, a presença da Arca representava o governo de Deus sobre todo o povo. Como podemos observar tudo àquilo que Davi planejara era bom. Mas ele não observou alguns detalhes importantes.
            A Arca da Aliança deveria ser levada nos ombros. Esta foi a maneira que o Senhor ensinou ao povo de Israel desde a construção da Arca, enquanto eles caminhavam rumo a terra prometida, após terem deixado o Egito. Davi, provavelmente por ignorância não levou a Arca deste modo, ele a colocou sobre um carro de bois, o mesmo meio de transporte utilizado pelos filisteus ao devolver a arca.
            E mesmo após tudo ter dado errado, ao invés de desconfiar que ele havia se enganado, a Bíblia diz que Davi desgostou-se da atitude do Senhor. Como se Deus tivesse a obrigação de aceitar o gesto de Davi e se alegrar com ele.
            O primeiro ingrediente desta receita que produz o fracasso é a falta da busca da maneira correta. Ninguém é obrigado a saber de tudo, mas o Senhor preservou a nós a Sua Palavra para que através dela podemos conhecê-Lo e sabermos como proceder a cada instante.
            Se você deseja ter a vida de intimidade que o Senhor o convida a cada dia a ter você precisa buscar de Deus o que Ele espera desta vida. Não é Deus quem deve se adaptar nossa forma de viver, muito pelo contrário, é nossa forma de viver que deve se adaptar a Deus. Não podemos os esconder no fato que as pessoas que nos cercam agem de maneira incorreta, todos os nossos esforços devem ser para nós mesmos agirmos da maneira correta, e esta maneira só será conhecida se nos preocuparmos em buscar a real vontade de Deus.

Uzá:

            Uzá era filho de Abinadabe, e com certeza tinha menos que 60 anos, caso contrário não teria sido chamado para carregar a Arca até Jerusalém. Deste modo, como a Arca estava em sua casa por todo este tempo, no nascimento de Uzá a Arca já ocupava espaço em sua casa.
            Durante toda a infância, adolescência e vida adulta de Uzá, ele viu a Arca do Senhor, e, porque não dizer, se acostumou com ela. Para ele era como um móvel que está a anos na família, e que era passado de geração em geração. A Arca para ele se tornou algo comum.
            Assim, durante o transporte da Arca para Jerusalém, quando os bois tropeçaram, Uzá não pensou duas vezes e segurou a Arca. Neste momento a ira do Senhor se ascendeu contra Uzá e este caiu morto. Não entendo Deus ferindo Uzá por este ter tocado na Arca, mas pelo sentimento que havia em seu coração: a Arca, a presença de Deus, era algo comum.
            O segundo ingrediente para esta receita do fracasso é tornar comum aquilo que o Senhor santificou. A presença de Deus não é algo para se tratar de qualquer modo, e sim com reverência. Esta mesma reverência deve estar presente em nós ao cuidar da obra a qual Deus nos confiou. Nada que vem da parte do Senhor é comum.
           
            Todos queremos alcançar a presença de Deus em nossas vidas. Todos queremos alcançar a verdadeira comunhão e intimidade com nosso Senhor. Para que isto seja possível devemos fugir destes dois ingredientes.
            Leia a Bíblia, estude-a, e com isto você irá conhecer os preceitos do Senhor. Ao separar um tempo para esta leitura, procure um local calmo e com espírito de oração peça que o próprio Deus lhe traga o discernimento daquilo que está lendo. Você pode ter certeza que seus olhos serão abertos e você irá entender a tudo aquilo que ler.
            Trate a presença de Deus com temor. Ele é o Criador de tudo e de todos. Você não precisa ter medo de Deus, mas profundo respeito em seu coração. Não aja como se Deus fosse algo comum.
            Seguindo estes passos, você estará caminhando para o sucesso. Sucesso ao lado de nosso Pai.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O cuidado de Deus com seus filhos

“Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito e como matara todos os profetas à espada. Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias a dizer-lhe: façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles. Temendo, pois, Elias, levantou-se, e, para salvar sua vida, se foi, e chegou a Berseba, que pertence a Judá; e ali deixou o seu moço.
Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: basta; toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais. Deitou-se e dormiu debaixo do zimbro; eis que um anjo o tocou e lhe disse: levanta-te e come. Olhou ele e viu, junto à cabeceira, um pão cozido sobre pedras em brasa e uma botija de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir. Voltou segunda vez o anjo do SENHOR, tocou-o e lhe disse: levanta-te e come, porque o caminho te será sobremodo longo. Levantou-se, pois, comeu e bebeu; e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
Ali, entrou numa caverna, onde passou a noite; e eis que lhe veio a palavra do SENHOR e lhe disse: que fazes aqui, Elias? Ele respondeu: tenho sido zeloso pelo SENHOR, Deus dos exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida.”
(1 Reis 19:1 ao 10)

            Quero hoje conversar a respeito da vida de Elias, um grande homem de Deus. Não sabemos muitos detalhes a respeito de sua vida: apareceu misteriosamente em 1 Reis 17 entre 874 e 853 a.C. durante o reinado de Acabe em Israel, e através dele o Senhor profetizou ao reino de Israel e fez grandes maravilhas. Elias profetizou seca em todo o reino e enquanto todos padeciam o Senhor o alimentou através de corvos. Em outra ocasião através da palavra de Elias a viúva de Sarepta teve seu sustento multiplicado e quando o filho desta faleceu, o clamor de Elias trouxe lhe vida. Desafiou os profetas de Baal a provar quem era o verdadeiro Deus e após desmascará-los, matou a todos. Orou ao Senhor e a chuva veio. Elias conheceu o poder do Senhor e viu a Sua mão fazer obras grandiosas, mas ainda assim o encontramos desanimado no texto que abre esta mensagem.
            Quantas vezes nos encontramos do mesmo modo? Sentimos o toque de Deus sobre nós e desfrutamos do poder do Senhor. Alegramos-nos em Deus e nesta força caminhamos. Mas por algum motivo nos sentimos cansados. O desanimo atinge nossas vidas e nos impede de continuar caminhando. Não nos desviamos do caminho do Senhor, apenas nos acolhemos no Senhor, e a chama que antes ardia em nosso interior começa a se apagar. Muitas vezes não conseguimos nem ouvir a Deus, e esta situação nos traz o sentimento de solidão.
            Foi assim que Elias se sentiu. Embora seu pedido fosse por sua morte, Elias não desejava morrer, afinal ele fugiu de Jezabel que procurava matá-lo. Ele estava com vontade de desistir, sentia-se sozinho, achando que todos os demais profetas do Senhor estavam mortos. Nesta situação ele procurou os cuidados do Senhor, e recebeu pão cozido e água. Esta refeição possibilitou que ele caminhasse por quarenta dias até o monte do Senhor.
            Procure ao Senhor em seu desânimo. Volte-se para Ele quando pensar em desistir. Somente Deus tem alimento para sua alma para que suas forças sejam renovadas e com elas você consiga caminhar até a presença do Senhor.
            Deus tem renovo para você. Descansa nEle. Somos muito afobados e tentamos fazer tudo com nossas forças. Mas devemos nos ater ao que o Senhor falou a Zorobabel em Zacarias 4:6: “não por força nem por poder, mas pelo meu espírito, diz o SENHOR dos exércitos.”.  Somente esperando o agir do Senhor não nos cansaremos, somente agindo de acordo com o espírito de Deus não nos fadigaremos. Esperar o tempo do Senhor é a melhor receita, conforme foi dito por Isaías: “mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.”.
            Mas o operar do Senhor não parou por aí.

“Disse-lhe Deus: sai e põe-te neste monte perante o SENHOR. Eis que passava o SENHOR; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do SENHOR, porém o SENHOR não estava no vento; depois do vento, um terremoto, mas o SENHOR não estava no terremoto; depois do terremoto, um fogo, mas o SENHOR não estava no fogo; e, depois do fogo, um cicio tranqüilo e suave. Ouvindo-o Elias, envolveu o rosto no seu manto e, saindo, pôs-se à entrada da caverna. eis que lhe veio uma voz e lhe disse: que fazes aqui, Elias? Ele respondeu: tenho sido em extremo zeloso pelo SENHOR, Deus dos exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida. Disse-lhe o SENHOR: vai, volta ao teu caminho para o deserto de Damasco e, em chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria. A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. Quem escapar à espada de Hazael, Jeú o matará; quem escapar à espada de Jeú, Eliseu o matará. Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou.”
(1 Reis 19:11 ao 18)

            Deus entendeu a situação de Elias. Ele sempre entende a nossa fraqueza, as nossas necessidades. “De forma similar, o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, porque não sabemos como orar como devemos. Mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos muito profundos para serem transmitidos por palavras” (Rm 8:26 NTJ). “Mas o Senhor me disse: ‘Minha graça é suficiente para você, porque meu poder é aperfeiçoado na fraqueza’. Portanto, estou feliz de me orgulhar das minhas fraquezas, a fim de que o poder do Messias permaneça sobre mim.” (2 Co 12:9 NTJ).
            E Deus ensina a Elias uma grande lição. Diante de Elias passou um forte vento, um terremoto e por último fogo, antes de chegar à brisa suave.
            Foi um forte vento também que foi usado por Deus para abrir o mar Vermelho tornando os filhos de Israel livres do cativeiro egípcio. A abertura do mar representa nosso batismo onde deixamos para traz nosso velho homem e passamos a adotar uma nova vida em Deus. Representa nosso arrependimento.
            Um forte terremoto marcou a morte de Yeshua [Jesus], e através desta morte nossos pecados foram levados.  O terremoto representa nossa fé no sacrifício e na ressurreição do Messias Yeshua. Representa a aceitação de Yeshua como nosso salvador.
            Fogo desceu sobre o monte Sinai enquanto o Senhor falava com todos os filhos de Israel. Diante do monte Sinai o povo judeu assumiu o compromisso de servir ao Senhor. O fogo representa nosso compromisso com Deus.
            Após passar por estes três elementos Elias ouviu a voz do Senhor. O interessante é que estes elementos são importantes, mas não o fim. Nosso arrependimento é essencial para termos uma vida com o Senhor.  Tampouco existe vida com Deus sem a aceitação da salvação que temos em Yeshua. Assumir o compromisso de servir a Deus é importante. Mas, além disto, tudo nosso alvo deve ser estar na presença e na intimidade do Senhor.
            Embora a força e as demonstrações espetaculares de poder às vezes sejam necessárias, a verdadeira obra de Deus neste mundo não é levada mediante tais métodos. O que Deus tem para cada um de nós é intimidade, e esta intimidade proporciona a continuidade de nossa caminhada. Deus usa sinais e maravilhas para o povo, mas convida os filhos para ter um real encontro, para ter intimidade.
            Sei que você já viu o forte vento soprar, sentiu todo o chão estremecer e se aqueceu com o fogo que cai dos céus. Mas algo mais profundo está acontecendo lá fora: a brisa do Senhor está soprando. O convite para a intimidade está lançado. Você o aceitará?