domingo, 24 de fevereiro de 2013

Uma das lendas (não bíblicas) a respeito de Abraão



Nosso Profeta Abraão era um jovem sábio. Desejava que as pessoas corrigissem suas crenças. Queria dizer a elas que Deus era maior do que os ídolos. Portanto, ele disse: "A lua é meu Senhor!" Os que adoravam a Vênus se viraram para ele e perguntaram: "Por que escolheste a lua por teu Senhor?" Abraão respondeu: "Vênus se pôs, assim não é o deus verdadeiro, o deus verdadeiro não deve se pôr." O tempo passou e a lua atravessou o céu e desapareceu. Depois de algum tempo o sol brilhou, então Abraão disse: "Eis o meu Senhor! Eis o Maior!" Algumas pessoas acreditaram em suas palavras e disseram entre si: "Talvez ele esteja certo porque o sol nos dá luz e calor." Quando o sol se pôs e escureceu de novo, Abraão olhou para o céu e disse: "Eu me afasto da adoração ao sol, pois ele se põe e o verdadeiro Deus não se põe! Então, adorarei a Deus, quem criou Vênus, a lua, o sol, a terra e todos nós!"

O Jovem Crente

Abraão disse: "Não temo os ídolos e não temo a Nimrod."
Estas suas palavras se propagaram pela cidade, assim, todo o povo soube que ele zombava dos ídolos. Quando Abraão completou 16 anos de idade, todo o povo da Babilônia soube que ele não adorava os ídolos e que zombava deles. Um dia, Azar, o avô de Abraão, o viu fabricando um ídolo mais bonito do que aqueles que ele fabricava. No começo, azar ficou contente, pois pensou que Abraão zelaria pelos ídolos no templo, mas, depois, ficou triste quando o viu fazendo o ídolo em pedaços.
Azar se irritou com Abraão, e disse a ele: "Abraão, por que quebraste este deus? Não temes a ira dos deuses?" Abraão educadamente respondeu: "Pai, por que adoraste o que não lhe ouve e nem lhe vê, tampouco pode beneficiá-lo afinal? Pai, não adoreis a Satã. Em verdade, Satã é desobediente para o Mais Misericordioso." Azar disse com ira: "Tu detestas meus deuses, Abraão? Se não desistires, apedrejar-te-ei, afasta-te de mim."
Abraão era um jovem educado, amava seu avô, assim, chamava-o: "Pai." Abraão saudou Azar antes de deixar seu lar, dizendo: "A paz esteja sobre ti. Orarei a meu Senhor para que te perdoe. Em verdade, Ele é o Mais Afetuoso para mim."
Abraão orou a Seu Senhor para que guiasse Azar a luz e a fé. Ele separou-se de seu povo para adorar Deus, O Único. As pessoas iam a seus templos continuamente. Curvavam-se aos ídolos e faziam oferendas, mas Abraão não se curvava aos ídolos e nem fazia oferendas a eles.

O Julgamento

Nimrod veio ao templo porque algo de muito grave tinha ocorrido. Ele temia por seu trono, portanto, ordenou que Abraão fosse detido e que fosse julgado no templo. O Juiz sentou-se junto a Nimrod no templo, que estava tomado pelo povo. Os soldados trouxeram o jovem Abraão. Fizeram-no ficar de pé diante de Nimrod e o Juiz. O julgamento se iniciou com as perguntas do Juiz.
Ele perguntou a Abraão: "Sabemos que tu zombas de nossos deuses. Também sabemos que não celebras a chegada da primavera como o povo da Babilônia faz. Então, dize a nós quem quebrou nossos deuses. Tu os quebraste, Abraão?" Abraão respondeu calmamente: "Não, o maior deles os quebrou. Pergunta, se ele puder responder." Todo o povo olhou para o ídolo maior, que carregava um machado em seu ombro. Eles sabiam que não podia responder.
O Juiz disse a Abraão: "Tu sabes que os deuses não podem falar e que não podem responder." Abraão perguntou (a todos): "Então por que adoras o que criastes com vossas próprias mãos? Por que adoras o que não pode prejudicar nem beneficiar a ninguém, nem falar ou receber vossas oferendas?"
Todos abaixaram suas cabeças. O juiz também. Perguntavam entre si: "Abraão está certo. Os deuses não deveriam ser feitos de pedra. Por que adoramos ídolos que não possuem vida tampouco alma?"
Os adivinhos estavam irritados com Abraão. Eles não queriam que o povo seguisse o caminho certo, pois seu poder chegaria ao fim. Assim, eles gritaram: "Não perdoem a Abraão! Ele destruiu os deuses sagrados! Não o perdoem! Destruiu nossos deuses que nos abençoavam e nos davam fertilidade!
Nimrod apoiou os adivinhos. Ele lembrou a profecia deles: "Uma pessoa nasceria e destruiria seu reinado." Enraivado, Nimrod disse: "Abraão cometeu um crime! Juiz, deves puni-lo!" O povo todo concordou com Nimrod. Então, ele disse: "Devemos proteger nossos deuses sagrados! Devemos punir Abraão lançando-o no fogo!"
O povo e mesmo Azar, o avô de Abraão, ficou contra Abraão. Poucas pessoas sentiram pena dele. Dentre elas estavam Sarah, prima de Abraão e Lot. Sarah era uma sábia jovem. Ela acreditou nas palavras de Abraão. Lot também era um homem sábio. Ele acreditava em Allah, o Deus Único, e na mensagem de Nosso Profeta Abraão (A.S.).
O Profeta Abraão (A.S.) foi aprisionado enquanto o povo juntava um monte de lenha para fazer uma grande fogueira para lançá-lo nela. Então, Nimrod quis discutir com Abraão sobre Allah, o Deus Único. Abraão foi levado ao palácio de Nimrod. Ele ficou em pé diante do Rei. Nem se curvou, tampouco se prostrou a ele. Nosso Profeta Abraão (A.S.) não temia ninguém senão Deus. Não adorava nada e ninguém exceto Deus, o Glorioso.
Nimrod perguntou com arrogância: "Abraão, quem é o deus que tu adoras?" O Profeta Abraão (A.S.) respondeu: "Eu adoro a Deus, quem dá a vida ao que está morto e faz morrer o que está vivo." De novo, de maneira arrogante Nimrod disse: "Eu também faço com que as pessoas vivam e as faço morrer!" Ele bateu palmas e ordenou a seus guardas: "Tragam-me dois prisioneiros: um que tenha sido sentenciado a prisão e um que tenha sido condenado à morte."
Os guardas trouxeram dois prisioneiros acorrentados. Nimrod ordenou a um guarda que portava uma espada: "Cortai a cabeça deste prisioneiro. Depois, libertai aquele que tinha sido condenado à morte." Nimrod se voltou para Abraão e perguntou: "Viste o que fiz. Dei a morte aquele que apenas tinha sido condenado à prisão e dei a vida a outro, que havia sido sentenciado à morte."

O Profeta Abraão (A.S.) não discutiu com Nimrod sobre esta questão, pois aquilo que o Rei tinha feito estava errado. Por esta razão, Abraão perguntou: "Eu adoro meu Senhor, que faz o sol nascer no oriente, podes acaso fazer com que nasça do ocidente?" Nimrod ficou surpreso com a pergunta de Abraão, ninguém jamais tinha feito semelhante pergunta a ele. Porém, Nimrod ficou calado e não foi capaz de responde-la.

Os Quatro Pássaros

De novo, Nimrod voltava a debater com Abraão sobre as questões da vida e da morte. E disse: "Eu posso dar vida e provocar a morte. Entretanto, teu Senhor não é capaz de fazê-lo. Tu apenas afirma isso." Abraão, posto novamente de pé diante do Rei pelos guardas, foi perguntado por Nimrod: "Tu não dizes que teu Senhor dá a vida e a morte? Vamos, demonstre isso!" O Profeta Abraão (A.S.) olhou para o céu e disse: "O poder de Meu Senhor está sobre todas as coisas!" Em seguida, Abraão (A.S.) ergueu suas mãos ao céu e disse: "Ó Senhor meu, mostra-me como ressuscitas os mortos." Deus, Nosso Senhor, respondeu: "Acaso, ainda não crês?" Abraão disse: "Sim, porém, faze isto, para a tranqüilidade de meu coração." Então Deus, o Altíssimo, ordenou a Abraão que pegasse quatro pássaros, que os sacrificasse e os cortasse, dividindo em quatro partes seus corpos e as colocasse sobre quatro montanhas.

Ninguém seria capaz de dar vida aquelas aves mortas, exceto Deus, que criou todas as coisas e dá vida ao homem, aos animais e as plantas. Nosso Profeta Abraão ficou numa das montanhas e gritou com toda sua voz: "Pássaros sacrificados venham a mim com a permissão de Deus!" Então, algo extraordinário aconteceu. As cabeças, as asas e o espírito das aves retornaram formando seus corpos. Os corações daquelas aves recomeçaram a pulsar. Suas asas começaram a bater. Então, as aves voaram alto no céu. Rapidamente elas pousaram aos pés de Abraão e ele se prostrou a Deus, o Criador Todo-Poderoso. Todavia, Nimrod não acreditou neste sinal e ordenou aos guardas que levassem Abraão (A.S.) para a prisão.

A Grande Fogueira

O povo da Babilônia possuía muito combustível, alcatrão e enxofre. Portanto, decidiram fazer a maior fogueira de seu país para castigar o Profeta Abraão (A.S.), que havia destruído seus deuses. Eles juntaram lenha fora da cidade por mais de um mês e derramaram alcatrão e combustível sobre ela. O dia de cumprir a punição de Abraão chegou, assim, o povo da Babilônia foi assistir sua execução. Os soldados de Nimrod trouxeram Abraão e em seguida os adivinhos chegaram e fizeram uma grande fogueira. A lenha se incendiou rápido por ter sido encharcada de alcatrão e óleo combustível. As chamas da fogueira tinham dezenas de metros de altura. O povo da babilônia recuou para que o fogo não os queimasse. Quanto a Abraão, olhava calmamente para a fogueira, pois acreditava em Deus e não temia ninguém senão Ele.

As mãos de Abraão estavam atadas. Os adivinhos achavam que ele temeria o fogo e pediria desculpas por ter destruído seus deuses. Entretanto, Abraão esperava com serenidade seu destino. Então, um problema surgiu, pois ninguém conseguia se aproximar daquela grande e furiosa fogueira. Os adivinhos perguntavam-se: "Como poderemos lança-lo na fogueira?" Eles se reuniram e pensaram num meio de resolver o problema. Um deles sugeriu uma idéia demoníaca: "Devemos colocá-lo numa catapulta." Os adivinhos fizeram um desenho de uma catapulta no chão. O desenho era satânico, pois a catapulta seria capaz de atirar Abraão no fogo à distância. Os trabalhadores começaram a construí-la. Quando já estava pronta, os soldados trouxeram Abraão e o puseram nela, mas ele continuava muito calmo.

As pessoas olhavam para aquele jovem. Estavam surpresas com sua paciência e firmeza. Naquele momento crítico um anjo veio a Abraão e perguntou: "Necessitas de alguma ajuda ?"Abraão não pensava em nada senão em Deus, o Glorioso. Apenas a Ele pediu por socorro. Ele rogou a Deus, o Grandioso e Todo-Poderoso, para que suprisse sua necessidade e disse ao anjo: "Eu não necessito de ninguém senão Deus, não pedirei a ninguém senão Ele para que me socorra em minha necessidade." Abraão era leal a Deus e acreditava Nele. Portanto, Deus, o Altíssimo, examinou sua fé e lealdade. Os soldados puxaram para trás as cordas da catapulta. Num instante, Abraão foi lançado no ar e impulsionado para o meio daquela grande fogueira.
Como Deus, o Glorioso, criou o fogo e lhe deu a capacidade de queimar, Ele também era capaz de retirar-lhe esta capacidade. Deus, o Glorioso, ordenou ao fogo: "Ó fogo, sê conforto e paz para Abraão." As labaredas continuaram crepitando mas, de modo extraordinário, não queimaram Abraão. O fogo não feriu Abraão. Apenas queimou as cordas com que os soldados o tinham amarrado. O local onde ele caiu se transformou num jardim florido, enquanto o fogo o rodeava. As labaredas continuavam ardendo no ar, mas eram conforto e paz para Abraão.
Deus, o Glorioso, testou Abraão. Ele conhecia sua fidelidade. Ele honrou-o, salvou-o do fogo e amparou-o contra seus inimigos. Nimrod esperou que o fogo se extinguisse. Queria saber o destino final de Abraão a fim de celebrar sua vitória sobre ele. A fogueira era muito grande, assim continuou ardendo por dias e noites. Então, gradualmente diminuiu e se apagou.
Nimrod veio até a fogueira para ver o que tinha acontecido a Abraão. Queria saber se ele tinha sido reduzido a cinzas ou não. Nimrod e o povo da Babilônia ficaram atônitos ao verem Abraão vivo. Eles compreenderam que o Senhor de Abraão era poderoso, Grande e soberano. Assim, deixaram que Abraão vivesse em paz.

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