Somos uma nação privilegiada. Vivemos numa era
privilegiada. Temos garantida a nossa salvação mediante o sacrifício de Yeshua
[Jesus], salvação de que os profetas do Tanakh [Antigo Testamento] falaram, mas
não experimentaram. Todo este privilégio deve gerar em nós um comportamento
diferente.
“Portanto,
preparem sua mente para o trabalho, mantenham-se sob controle e fixem sua
esperança totalmente na dádiva que vocês receberão quando Yeshua, o Messias,
for revelado. Como pessoas que obedecem a Deus, não se deixem modelar pelos
maus desejos de outro tempo, quando vocês eram ignorantes. Ao contrário,
seguindo o Santo que os chamou, tornem-se santos em tudo o que fazem; porque o Tanakh diz: “Vocês devem ser santos,
porque eu sou santo”.”.
“Além disso,
se vocês chamam Pai àquele que julga imparcialmente segundo as ações de cada
pessoa, vivam sua estada temporária na terra com temor. Vocês devem ter
consciência de que o resgate pago para libertá-los do estilo de vida inútil
passado a vocês por seus pais não consistiu em algo perecível como prata ou
ouro; pelo contrário, ele custou o sangue da morte sacrificial do Messias, como
o de um cordeiro sem defeito ou mancha. Deus o conheceu antes da fundação do
Universo, mas o revelou no acharit-hayamim
[o fim dos dias] por causa de vocês. Por meio dele, vocês confiam em Deus, que
o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória; de modo que sua confiança e
esperança estão em Deus.”
“Agora que
vocês se purificaram por meio da obediência à verdade, de forma que têm amor
sincero pelos irmãos, amem profundamente uns aos outros, de todo o coração.
Vocês foram gerados outra vez, não de uma semente perecível, mas daquela que
não pode perecer, por meio da Palavra de Deus viva que dura para sempre. Porque
“toda a humanidade é como a relva, e sua glória como a flor do campo – a relva
murcha, a flor cai; mas a Palavra de ADONAI dura para sempre”. Além do mais,
esta “Palavra” são as boas-novas que lhe foram anunciadas.”.
“Portanto,
livrem-se de toda maldade e de todo engano, hipocrisia, inveja e de todas as
formas de maldizer as pessoas; sejam como recém-nascidos, sedentos do puro
leite da Palavra; para que, por meio dele, cresçam para a libertação. Porque
vocês provaram que ADONAI é bom.”
(1 Kefa [1
Pedro] 1.13 – 2.3 BJC [Bíblia Judaica Completa])
A
primeira orientação de Kefa [Pedro] diz respeito à nossa mente. Todo pecado
começa na mente. Quando Sha’ul [Paulo] diz a respeito da armadura de Deus (Ef
6.13 – 18) um dos elementos desta é o capacete da salvação. O capacete envolve
a cabeça de um soldado, e esta representa nossa mente. Isto nos ensina que,
assim como Kefa ministra, nossos pensamentos devem estar fixos na dadiva que
receberemos de Yeshua, e desta forma permanecermos sempre prontos para o
trabalho do Senhor dominando nosso corpo. Vivemos em meio a uma sociedade
totalmente alheia à vontade do Senhor, e devido a isto o comportamento das
pessoas que nos cercam acabam nos influenciando a agir de maneira contrária ao
que a Bíblia nos ensina. Assim, é muito importante não permitirmos que o padrão
destas pessoas nos molde, muito pelo contrário que permitamos que nossa mente
seja renovada por Deus (Rm 12.2). Este não é um processo simples nem imediato. É
adquirido com muito esforço.
Agindo
assim seremos reconhecidos como filhos de Deus. São nossas atitudes que
definirão esta filiação. Todo filho se parece com seu pai, deste modo, se
chamamos Deus de Pai, devemos agir como Seus filhos.
“À medida que
se aproximam dele, a pedra viva rejeitada pelas pessoas, mas escolhida por Deus
e preciosa para ele, vocês mesmos, como pedras vivas, estão sendo utilizados na
edificação de uma casa espiritual para serem kohanim [sacerdotes] separados por Deus a fim de oferecerem sacrifícios
espirituais aceitáveis a ele por intermédio de Yeshua, o Messias. Esta é a
razão de o Tanakh dizer: “Vejam!
Ponho em Tziyon uma pedra, uma pedra angular escolhida e preciosa; e todo
aquele que põe sua confiança nela com certeza não será humilhado”. Portanto,
para vocês, os que mantêm a confiança, esta pedra é preciosa. Mas, para aqueles
que não confiam, “A mesma pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a
pedra angular”; e, também, “a pedra que faz as pessoas tropeçarem, e a rocha
sobre a qual caem”. Eles tropeçam na Palavra, desobedecem a ela – como foi
planejado. Vocês, porém, são o povo escolhido, os kohanim do rei, a nação santa, o povo pertencente a Deus! Por quê?
Para louvar Aquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz. Anteriormente
vocês não eram um povo, mas agora são povo de Deus; antes, vocês não haviam
recebido misericórdia, mas agora a receberam.”.
(1 Kefa 2.4 –
10 BJC)
Quando
agimos como filhos de Deus, nos aproximamos do Messias, e nos transformamos em
pedras vivas para a edificação da Igreja de Yeshua. Somente através de nossas
vidas esta Igreja pode ser construída.
Em
uma mensagem há algumas semanas, apresentei alguns fatos a respeito desta
Verdadeira Igreja. Hoje desejo comentar a respeito de nosso chamado sacerdotal.
Um
sacerdote era um homem chamado por Deus com algumas funções especificas. O
primeiro chamado do sacerdote é para adorar a Deus. Deus sempre deve ser o
primeiro lugar em nossas vidas. Qualquer pessoa ou coisa que ocupe este lugar
ao invés de Deus é um objeto de idolatria, mesmo que não percebamos isto.
Um
sacerdote também é chamado para interceder pelo povo diante de Deus. Não somos
chamados para apontar o dedo, mas para orar pedindo perdão ao Senhor pelos
pecados de nossos irmãos e aliando a isto está a terceira função sacerdotal que
é ensinar ao povo o caminho do Senhor.
Embora
não temos em nossos tempos sacerdotes desempenhando seu papel como nos tempos
do Templo e do Tabernáculo, uma simples leitura de alguns aspectos de sua
consagração poderá nos ensinar muita coisa.
“Leve Aharon e
seus filhos à entrada da tenda do encontro e lave-os com água. Pegue as roupas
e vista-as em Aharon: túnica, o manto do colete ritual, o próprio colete e o
peitoral. Prenda o colete com o cinto. Coloque o turbante na cabeça dele e fixe
o ornamento sagrado ao turbante. Então pegue o óleo da unção e o unja,
derramando-o sobre sua cabeça. Tragam seus filhos; vista-os com túnicas; ponha
cintos à volta deles, Aharon e seus filhos; e coloque neles adornos de cabeça.
O ofício de kohen [sacerdote]
pertence-lhes como regulamento permanente. Assim, você consagrará Aharon e seus
filhos.”
(Sh’mot [Êxodo]
29.4-9 BJC)
Neste
texto o Senhor está dizendo a Mosheh como consagrar os sacerdotes. O primeiro
ingrediente é lavar com água. Isto é sinal da pureza. Um sacerdote precisa ser
puro, caso contrário não será capaz de entrar na presença do Senhor. Conforme
David diz: “Quem poderá subir no monte de ADONAI? Quem poderá entrar em seu
santo lugar? Aqueles com mãos limpas e coração puro, que não tornam vãos os
propósitos de sua vida nem juram votos apenas para engano. Eles receberão uma
bênção de ADONAI e a justiça de Deus, que os salva. Assim é o caráter dos que o
buscam, de Ya‘akov, dos que buscam tua face.” (Tehillim [Salmos] 24.3 – 6 BJC).
Deus não recebe a adoração daqueles que não estão puros (Is 1.11 – 17).
Depois
de purificar aos sacerdotes, a orientação do Senhor era que os sacerdotes
vestissem seus trajes especiais. Encontramos este traje detalhado no capítulo anterior
de Sh’mot e cada detalhe nos revela um aspecto importante do ministério.
O
Colete
“Façam o
colete ritual de ouro, de tecido azul, purpura e escarlate e de linho fino
retorcido, trabalhado por um artesão experiente. Fixe às pontas da frente e de
trás, devem estar duas ombreiras que podem ser unidas. O cinto decorado deve
ser da mesma arte e materiais – ouro; tecido azul, purpura e escarlate; e linho
fino torcido. Pegue duas pedras de ônix e grave nelas os nomes dos filhos de
Yisra’el – seis nomes em uma pedra e os seis nomes restantes na outra, segundo
a ordem de nascimento. Um gravador deve gravar os nomes dos filhos de Yisra’el
nas duas pedras, da mesma forma que se grava um selo. Monte as pedras em
encaixes de ouro, e coloque as duas pedras nas ombreiras do colete como pedras
memoriais dos filhos de Yisra’el. Aharon deve levar-lhes os nomes diante de
ADONAI, sobre os ombros, como uma recordação.”
(Sh’mot 28.6 –
12 BJC)
Existem
muitos elementos neste colete que revelam a origem e a função sacerdotal. As
cores possuem um significado importante: o azul representa o céu (o sacerdócio tem
ligação com os céus e não a terra), o púrpura representa a realeza de todos os
impérios (o sacerdote serve o próprio Rei dos reis), o escarlate representa a
realeza de Yisra’el (o Rei dos reis é o Senhor de todo povo) e o linho
representa a pureza. Além disto o ouro representa a divindade. Comentarei estes
elementos, se o Senhor permitir, em uma ministração posterior a respeito da
tipologia do Tabernáculo.
O que
considero excencial para o sacerdócio neste ponto são as duas pedras colocadas
sobre os ombros do sacerdote com os nomes das tribos de Yisra’el. O sacerdote
precisa se responsabilizar pelo povo, precisa sentir o pessoa desta
responsabilidade diante de Deus. Quantas pessoas usam o rebanho de Deus como
fonte de riquezas? Quantas esquecem que as pessoas possuem problemas e seu
chamado é apoia-las? Estes são falsos pastores e falsos sacerdotes que
prestarão contas diante de Deus por sua negligencia.
O
Peitoral
“Faça um
peitoral do juízo. Que ele seja trabalhado por um artesão experiente; faça-o
como o trabalho do colete ritual – de ouro; tecido azul, púrpura e escarlate; e
de linho fino torcido. Quando dobrado ao meio, ele deve ser quadrado – medindo um
palmo por um palmo. Ponha nele encaixes de pedras, quatro fileiras de pedras: a
primeira fileira deve conter uma cornalina, um topázio e uma esmeralda; a
segunda fileira, um feldspato verde, uma safira e um diamante; a terceira
fileira, um zircão alaranjado, uma agáta e uma ametista; e a quarta fileira, um
berilo, om ônix e um jaspe. As pedras devem ser fixadas em encaixes de ouro. As
peras corresponderão aos nomes dos 12 filhos de Yisra’el; elas devem ser
gravadas com os nomes deles como se grava um selo, para representarem as 12
tribos.”
(Sh’mot 28.15 –
21 BJC)
No
peitoral todas as tribos estariam representadas. Ele seria colocado sobre o
peito, que abriga o coração. Isto nos mostra que toda a responsabilidade que o
sacerdote tem precisa ser desempenhada com amor pelo povo, e não simplesmente
por obrigação.
O Manto
“Faça o manto do colete ritual inteiramente em azul. Ele deve possuir uma
abertura no meio para a cabeça. Em torno da abertura, deve haver uma orla
costurada como uma gola de um casaco de malha, para não rasgar. Sobre a orla
inferior, faça romãs de [tecido] azul, púrpura e escarlate; e coloque-as ao
longo de toda a orla, entremeadas com sinos de ouro – sinos de ouro, romã, sino
de ouro, romã, em toda a volta da orla do manto. Aharon deverá vesti-lo quando
ministrar, e seu som será ouvido sempre que ele entrar no Lugar Sagrado, diante
de ADONAI, e quando ele sair [de lá], para que não morra.”
(Sh’mot 28.31 – 35 BJC)
Observe que na orla do manto vestido pelo sacerdote estão
intercalados sinos e romãs. O sino é aquilo que fazia barulho enquanto ele exercia
seu ministério, deste modo são símbolos de nossos dons. As romãs são símbolos de
nosso fruto do Espírito. Observe que dizer que os sinos e as romãs estão
intercalados mostra que em nossa vida ministerial precisamos ter um equilíbrio entre
o fruto do Espírito e os dons que o Senhor nos entrega. E precisamos usar estes
dois elementos para servir ao povo do Senhor.
Uma outra observação é que o manto era inteiro azul, ou
seja, o fruto do Espírito e os dons espirituais são dadivas celestiais para
nós, vêm de Deus, e não de nós.
A coroa
“Façam um ornamento de ouro puro e grave sobre ele um selo; ‘Separado
para ADONAI’. Prenda-o ao turbante com o cordão azul, na parte da frente do
turbante, sobre a testa de Aharon. Pois carrega a culpa dos muitos erros
cometidos pelo povo de Yisra’el na consagração de suas ofertas sagradas; esse
ornamento deverá estar sempre sobre sua testa, para que as ofertas [feitas] a
ADONAI sejam aceitas por ele.”
(Sh’mot 28.36 – 38 BJC)
Este ornamento iria sobre a cabeça do sacerdote. Onde ele
passava as pessoas viam esta coroa e reconheciam nele aquele que é consagrado,
separado para o Senhor. Em nosso chamado para sacerdotes reais precisamos ter
uma vida que leva a todos aqueles que simplesmente nos olharem perceber nossa
consagração ao Senhor.
Precisamos fazer diferença por onde caminhamos. Nossas
ações precisam ser condizentes com a fé que dizemos professar. Não adianta nada
orarmos, jejuarmos, lermos a Bíblia, frequentarmos cultos, se quando estamos em
nosso dia a dia, aqueles que nos cercam enxergam em nós alguém que comete os
mesmos delitos e pecados que eles. Somos chamados para sermos luz (Mt 5.14 –
16).
A Túnica
“Teça uma túnica xadrez de linho fino, faça um turbante de linho fino, e
faça um cinto – obra de tecelão, em cores. Da mesma forma, faça túnicas, cintos
e adornos de cabeça para os filhos de Aharon, que expressem dignidade e
esplendor.”
(Sh’mot 28.39 e 40 BJC)
A túnica, de acordo com este versículo, expressava
dignidade e esplendor aos sacerdotes. Assim deve ser nosso portar diante das
pessoas. Devemos agir com dignidade e honra.
O Calção
“Faça para eles, também, calções de linho, da cintura à coxa, para cobrir-lhes
a carne nua.”
(Sh’mot 28.42 BJC)
A vestimenta sacerdotal deveria cobrir toda a carne nua. Esta
não deveria ser exposta pelos sacerdotes. Do mesmo modo em nossas vidas, nossa
carne, ou seja, nossa velha natureza não deve aparecer.
Depois de falar sobre as vestes, os versículos de Sh’mot
29 que lemos anteriormente nos falam a respeito da unção sacerdotal.
O sacerdote é escolhido pelo Senhor e este ofício
pertence a ele como regulamento permanente. Todos os que reconhecem e aceitam o
sacríficio do Messias por suas vidas são escolhidos pelo Senhor para
desempenhar a função de sacerdote. Negar esta função é negar o chamado do
Senhor. E precisamos ter em mente que é um regulamento permanente, ou seja, não
perdemos a unção sacerdotal, mesmo que pedimos o seu término ou agimos mal. No
máximo seremos maus sacerdotes, desprezando tudo aquilo que nosso Deus nos
entregou.
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