segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Vida transformada



“Eu os exorto, portanto, irmãos, tendo em vista as misericórdias de Deus, que se ofereçam em sacrifício vivo e separado para Deus. Isso irá agradá-lo, pois é a “adoração do templo” lógica de vocês. Em outras palavras, não se deixem conformar aos padrões do ‘olam hazeh [este mundo, esta era]. Em vez disso, continuem se transformando mediante a renovação de sua mente, para que saibam o que Deus deseja, e todos concordarão que seu desejo é bom, satisfatório e fadado ao êxito.”.
 (Romanos 12.1 e 2 BJC)

A epístola de Sha’ul [Paulo] aos Romanos é conhecida por muitos teólogos como a Catedral da doutrina cristã. Durante a época que foi escrita, o evangelho pregado por ele estava sendo perseguido. Enquanto o apóstolo falava sobre a justificação unicamente pela fé, outros estavam distorcendo suas palavras para que a mensagem atendesse a interesses pessoais. Deste modo, dentro da comunidade messiânica existiam dois grupos opositores do evangelho: o grupo dos judaizantes que insistia que mesmo que a salvação era pela graça, o crente era justificado pela lei. É importante ressaltar que uma parte significativa da igreja era composta por judeus, o grupo dos judaizantes não deve ser confundido com os judeus em geral que reconheceram em Yeshua o Messias. Um segundo grupo que se opunha ao evangelho era os antinomianos. Estes ensinavam que como a salvação é pela graça, o povo poderia continuar vivendo em pecado. Para corrigir estes erros e comprovar o poder do evangelho, Paulo escreve esta maravilhosa carta em 56 D.C..

Podemos ver um resumo do evangelho pregado por Sha’ul em outra de suas epístolas:

“Ele [ADONAI] nos escolheu em amor, no Messias, antes da criação do Universo para sermos santos e sem defeito em sua presença. Ele determinou de antemão que por meio de Yeshua, o Messias, fôssemos seus filhos – de acordo com seu prazer e propósito”.
 (Efésios 1.4 e 5 BJC).

Sha’ul enfatiza que tudo tem origem no Messias, inclusive nós. Nossa salvação tem origem no Messias, nosso arrependimento tem origem na obra redentora do Messias. Nossa eleição foi feita através do Messias, antes da fundação do mundo. E é a este respeito que Sha’ul trata nos primeiros 11 capítulos de Romanos. A obra de salvação promovida por Deus em nós devido o seu amor, amor este que o levou a dar o primeiro passo em nossa direção, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8). Devido a este amor Deus deixou de nos enxergar como criaturas, como mais uma obra de Suas mãos e passou a nos chamar de filhos. E como filhos, somos merecedores de tudo aquilo que o Pai tem. Como filhos somos chamados para, através do Messias, vivermos completamente na presença de Deus. Porém como filhos, devemos ser parecidos com nosso Pai. Esta semelhança certamente não é física, mas semelhança de atitudes. Por isto nossa escolha é para sermos santos e irrepreensíveis na presença do Pai. Sem a santidade nem sequer somos capazes de alcançar a presença de Deus (Sl 24.3 e 4).

Porém como seres caídos o pecado diariamente bate a nossa porta. E por mais que a tentação nunca é acima do que podemos resistir (I Co 10.13), acabamos decidindo não resistir. E o pecado vem sobre nossas vidas e neste momento somos separados de nosso Pai (Is 59.2). E nesta situação somos roubados de tudo aquilo que o Senhor tem para nós.

Mas, através de Yeshua, o Ruach Hakodesh [Espírito Santo] ministra arrependimento em nosso coração, e através deste genuíno arrependimento temos o perdão de nossos pecados e nossa reconciliação com o Pai.

Quando Sha’ul começa a escrever Romanos 12.1 ele inicia sua frase com “portanto”. Ou seja, aquilo que virá após esta palavra deve servir como consequência do entendimento de tudo aquilo que o Senhor já fez por nós. São atitudes que precisam ser encontradas em nós quando nossos olhos são abertos e enxergamos a misericórdia de Deus por nós.

1)    Se ofereçam em sacrifício, santo e agradável a Deus.
Através desta expressão Sha’ul resume tudo aquilo que escreverá posteriormente. Esta frase foi dita um período em que o templo estava construído e nele eram feitos sacrifícios de animais. Os leitores da epístola certamente se lembravam de sua última visita ao Templo e dos sacrifícios de animais que ali eram feitos.
Tendo na memória estas imagens, inevitavelmente associavam a sua própria vida sendo colocada diante do altar, como um sacrifício. Evidentemente não era um sacrifício literal, mas um sacrifício espiritual.
Nossa vida com Deus aqui na terra será uma vida onde muitas vezes nos sacrificaremos. Sacrificaremos nossas vontades, nossos gostos. Muitas vezes sacrificaremos nossos sonhos e planos.
É uma vida de consagração, onde retiramos de nós tudo aquilo que não agrada ao Senhor. É uma vida de dedicação exclusiva, de separação, uma vida de busca.

2)    Não se amoldem
Não tome o formato. Não seja como um deles. Não trate como normal aquilo que eles fazem. Os tempos podem ter mudado, mas Deus nunca muda.

3)    Renove a sua mente
Ao mesmo tempo em que rejeita os padrões deste mundo, busque os padrões de Deus. Lendo a Bíblia, passando tempo em oração.

Agindo deste modo seremos capazes de experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

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