“Eu os exorto,
portanto, irmãos, tendo em vista as misericórdias de Deus, que se ofereçam em
sacrifício vivo e separado para Deus. Isso irá agradá-lo, pois é a “adoração do
templo” lógica de vocês. Em outras palavras, não se deixem conformar aos
padrões do ‘olam hazeh [este mundo,
esta era]. Em vez disso, continuem se transformando mediante a renovação de sua
mente, para que saibam o que Deus deseja, e todos concordarão que seu desejo é
bom, satisfatório e fadado ao êxito.”.
(Romanos 12.1 e 2 BJC)
A epístola de Sha’ul
[Paulo] aos Romanos é conhecida por muitos teólogos como a Catedral da doutrina
cristã. Durante a época que foi escrita, o evangelho pregado por ele estava
sendo perseguido. Enquanto o apóstolo falava sobre a justificação unicamente
pela fé, outros estavam distorcendo suas palavras para que a mensagem atendesse
a interesses pessoais. Deste modo, dentro da comunidade messiânica existiam
dois grupos opositores do evangelho: o grupo dos judaizantes que insistia que
mesmo que a salvação era pela graça, o crente era justificado pela lei. É
importante ressaltar que uma parte significativa da igreja era composta por
judeus, o grupo dos judaizantes não deve ser confundido com os judeus em geral
que reconheceram em Yeshua o Messias. Um segundo grupo que se opunha ao
evangelho era os antinomianos. Estes ensinavam que como a salvação é pela
graça, o povo poderia continuar vivendo em pecado. Para corrigir estes erros e
comprovar o poder do evangelho, Paulo escreve esta maravilhosa carta em 56 D.C..
Podemos ver um resumo
do evangelho pregado por Sha’ul em outra de suas epístolas:
“Ele [ADONAI] nos
escolheu em amor, no Messias, antes da criação do Universo para sermos santos e
sem defeito em sua presença. Ele determinou de antemão que por meio de Yeshua,
o Messias, fôssemos seus filhos – de acordo com seu prazer e propósito”.
(Efésios 1.4 e 5 BJC).
Sha’ul enfatiza que
tudo tem origem no Messias, inclusive nós. Nossa salvação tem origem no Messias,
nosso arrependimento tem origem na obra redentora do Messias. Nossa eleição foi
feita através do Messias, antes da fundação do mundo. E é a este respeito que
Sha’ul trata nos primeiros 11 capítulos de Romanos. A obra de salvação
promovida por Deus em nós devido o seu amor, amor este que o levou a dar o
primeiro passo em nossa direção, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8). Devido a
este amor Deus deixou de nos enxergar como criaturas, como mais uma obra de
Suas mãos e passou a nos chamar de filhos. E como filhos, somos merecedores de
tudo aquilo que o Pai tem. Como filhos somos chamados para, através do Messias,
vivermos completamente na presença de Deus. Porém como filhos, devemos ser
parecidos com nosso Pai. Esta semelhança certamente não é física, mas
semelhança de atitudes. Por isto nossa escolha é para sermos santos e
irrepreensíveis na presença do Pai. Sem a santidade nem sequer somos capazes de
alcançar a presença de Deus (Sl 24.3 e 4).
Porém como seres
caídos o pecado diariamente bate a nossa porta. E por mais que a tentação nunca
é acima do que podemos resistir (I Co 10.13), acabamos decidindo não resistir.
E o pecado vem sobre nossas vidas e neste momento somos separados de nosso Pai
(Is 59.2). E nesta situação somos roubados de tudo aquilo que o Senhor tem para
nós.
Mas, através de Yeshua,
o Ruach Hakodesh [Espírito Santo]
ministra arrependimento em nosso coração, e através deste genuíno
arrependimento temos o perdão de nossos pecados e nossa reconciliação com o
Pai.
Quando Sha’ul começa
a escrever Romanos 12.1 ele inicia sua frase com “portanto”. Ou seja, aquilo
que virá após esta palavra deve servir como consequência do entendimento de
tudo aquilo que o Senhor já fez por nós. São atitudes que precisam ser
encontradas em nós quando nossos olhos são abertos e enxergamos a misericórdia
de Deus por nós.
1)
Se
ofereçam em sacrifício, santo e agradável a Deus.
Através desta
expressão Sha’ul resume tudo aquilo que escreverá posteriormente. Esta frase
foi dita um período em que o templo estava construído e nele eram feitos
sacrifícios de animais. Os leitores da epístola certamente se lembravam de sua
última visita ao Templo e dos sacrifícios de animais que ali eram feitos.
Tendo na memória
estas imagens, inevitavelmente associavam a sua própria vida sendo colocada
diante do altar, como um sacrifício. Evidentemente não era um sacrifício literal,
mas um sacrifício espiritual.
Nossa vida com Deus
aqui na terra será uma vida onde muitas vezes nos sacrificaremos.
Sacrificaremos nossas vontades, nossos gostos. Muitas vezes sacrificaremos
nossos sonhos e planos.
É uma vida de
consagração, onde retiramos de nós tudo aquilo que não agrada ao Senhor. É uma
vida de dedicação exclusiva, de separação, uma vida de busca.
2)
Não
se amoldem
Não tome o formato.
Não seja como um deles. Não trate como normal aquilo que eles fazem. Os tempos podem
ter mudado, mas Deus nunca muda.
3)
Renove
a sua mente
Ao mesmo tempo em que
rejeita os padrões deste mundo, busque os padrões de Deus. Lendo a Bíblia,
passando tempo em oração.
Agindo deste modo
seremos capazes de experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
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